segunda-feira, 27 de julho de 2009

Liberdade

gente nasce e morre com ele. Liberdade, não. Escravos nasciam com livre-arbítrio, mas sem liberdade. Podiam ou não fugir de seus donos, correndo o risco de serem resgatados e torturados até a morte. Mas, ainda que não fossem pegos, liberdade não teriam. Livre-arbítrio, sim.
Este dicotômico paralelo entre o “devo” ou “não devo fazer” é que se chama livre-arbítrio. Liberdade envolve dois outros pólos: Posso ou não posso.
Por outro ângulo, a palavra liberdade, tão mal compreendida por nosso tempo, aliada a uma outra palavra que é “responsabilidade”, igualmente escassa em sentidos, teria sua expressão bem mais contundente e eficaz.
Para você, que possui liberdade, responsabilidade é o remédio e a prevenção. Se estou dirigindo em uma estrada na qual sinto não haver limitadores de velocidade, sinto-me em liberdade para pisar fundo. Somente a responsabilidade me freia. E é aí que entra o livre-arbítrio. Se agora está ganhando mais dinheiro, liberdade de compra já possui. A forma responsável ou não com que fará uso deste dinheiro, dependerá de seu livre-arbítrio.
Para outro ângulo e, por sua vez, a palavra “responsabilidade” ganha maior sentido se estiver ligada, conscientemente, à palavra "consequência". Ou seja, tudo o que se faz, gera uma reação de mesmo teor. E melhor ainda dizendo, o que se planta, se colhe.
Podemos nos sentir livres quando não observados, mas é nesta hora, quando ninguém te vê, é que a responsabilidade dá sentido à liberdade. Seu livre-arbítrio está exatamente entre a liberdade e o que fazer com ela.
Quando a liberdade de se escolher entre dois caminhos, um negativo e outro positivo, lhe chega às mãos, você terá, por livre-arbítrio, o direito de escolher o negativo. Porém, se sua consciência lhe pesa, é sinal de que sua escolha foi abrir mão de sentir-se livre para acorrentar-se à culpa.
Digo então: Liberdade é a capacidade de se saber o que fazer com o livre-arbítrio