sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

SONO PERDIDO É SONO IRRECUPERÁVEL. NÃO ADIANTA DORMIR O DOBRO NO DIA SEGUINTE. O ORGANISMO SEMPRE COBRA LÁ NA FRENTE, OS ABUSOS COMETIDOS NO PASSADO

Um sono de qualidade é fundamental para uma boa saúde. E isso é realidade. Soube também que as pessoas que tem o hábito de dormir pouco, acabam pagando com a própria vida. Uma noite mal dormida ou perdida jamais pode ser recuperada. Quero tratar de uma questão importante, que afeta milhares e milhares de brasileiros, inclusive a mim que é a famigerada apneia do sono. São vários tipos. Começo abordando a definição de apneia. A definição da Academia Americana de Medicina do Sono (AAMS) para a SAHOS é: Episódios recorrentes de obstrução parcial ou total das vias aéreas superiores durante o sono. Manifesta-se como uma redução (hipopneia) ou cessação completa (apneia) do fluxo aéreo, apesar da manutenção dos esforços inspiratórios. A falta de uma ventilação adequada resulta em dessaturação da oxi-hemoglobina e casos de eventos prolongados, em hipercapnia, terminando com os despertares que levam à fragmentação do sono. Acredita-se que dentre os sintomas diurnos, a sonolência excessiva, relaciona-se com a fragmentação do sono e também com a hipoxemia recorrente. Os principais fatores de risco para SAHOS são: Obesidade, gênero masculino e envelhecimento. A obesidade assume papel especial por estar presente em aproximadamente 70% dos pacientes apneicos e, por ser um fator de risco reversível para SAHOS. Em obesos mórbidos, a prevalência pode chegar a 80 e 50% nos gêneros masculino e feminino, respectivamente. Esta síndrome tem sido alvo de atenção crescente, devido a suas sequelas cardiovasculares e neurocognitivas; entretanto a maioria dos pacientes não são diagnosticados.Outro achado relevante na SAHOS é sua maior prevalência em indivíduos de meia idade e do sexo masculino. Incide de 7 a 10 vezes mais que nas mulheres. A sintomatologia na mulher pode ser diferente, pois a fadiga predomina sobre a sonolência. Apneia do sono está geralmente associada ao ronco e produzem alterações na frequência cardíaca, pressão sanguínea e oxigenação do sangue, tipicamente terminando com um microdespertar. Apneias recorrentes impedem os pacientes de entrarem nas fases profundas do sono, gerando uma sensação de sono não-reparador e sonolência diurna excessiva. Embora as queixas mais comuns sejam o ronco e a sonolência diurna, os pacientes também podem apresentar episódios de sufocamento, dor de cabeça matinal, insônia, sudorese noturna, acordar várias vezes para urinar durante a noite e disfunção sexual. Também podem ser notados problemas relacionados ao sistema cardiovascular como hipertensão arterial e arritmias durante o sono.A Polissonografia Assistida é o padrão ouro para o diagnóstico desta Síndrome, a SAHOS, que é classificada como leve, moderada e grave de acordo com os índices de apneia e hipopneia (IAH) por hora de sono.
Apneia Leve:
O paciente apresenta entre 5 a 15 IAH/hora - A sonolência diurna ou episódios de sono involuntários ocorrem durante atividades que requerem pouca atenção. Ex.: Assistir televisão, ler, andar em veículo como passageiro.
Apneia Moderada:
Apresenta entre 15 a 30 IAH/hora - Os sintomas produzem discreta alteração da função social ou ocupacional, os episódios de sono ocorrem durante atividades que requerem alguma atenção. Ex.: Assistir eventos sociaiS.
Apneia Grave:
Apresenta acima de 30 IAH/hora - A sonolência diurna ou os episódios de sono voluntário ocorrem em atividades que requerem maior atenção. Ex.: Comer, dirigir, conversar.
Tratamento:
O principal tratamento da SAHOS foi empregado por Sullivan em 1981 e consiste no emprego da Pressão Aérea Positiva pelo CPAP (Continous Positive Airway Pressure), aplicada nas vias aéreas superiores por intermédio de uma máscara nasal, impedindo o colabamento da faringe. Atualmente tem sido a modalidade terapêutica de escolha para a SAHOS moderada ou grave. A qualidade do sono influencia muito nossa vida diária. Geralmente a sonolência excessiva que é sentida durante o dia, é reflexo de uma noite mal dormida, ou mesmo de algum distúrbio de sono que é desconhecido pelo paciente. Fique atento. Se for o caso, converse com o seu médico sobre a possibilidade de fazer uma polissonografia.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

BARATAS: SEMPRE NOJENTAS E INCOVENIENTES.




20 curiosidades impressionantes sobre as baratas: aproveite para descobrir se você nem medo de barato ou nojo de barata.
1. Nem todas as baratas são prejudiciais. Apenas 1% de todas as espécies são consideradas pragas, aproximadamente trinta espécies.
2. O tempo máximo que as baratas podem viver sem água é uma semana. No entanto, elas podem facilmente viver por um longo tempo sem alimentos.
3. Não importa o que você diz, existem baratas na sua alimentação. Acredite, pernas e antenas de barata estão presentes em cada barra de chocolate, queijo e pipoca que você come. Mas não se preocupe, essa realidade é repugnante, mas é segura para sua saúde.
4. Uma barata pode viver até uma semana sem sua cabeça. Isso acontece porque ela não depende diretamente de sua boca ou narinas.
5. As baratas existem na Terra desde o período Jurássico. Elas têm mais de 200 milhões de anos!
6. As baratas começam cada novo dia sem memórias. Este fato foi revelado por um experimento realizado com sabores de baunilha e hortelã. As baratas foram ensinadas com êxito a preferir hortelã fresca à baunilha, mas elas sempre buscavam a baunilha todas as manhãs.
7. As baratas gostam de ser tocadas e apertadas.
8. As bactérias das baratas funcionam para alimentá-las com vitaminas.
9. As baratas são ruins para as pessoas que têm asma ou alergias. Elas produzem proteínas e transportam bactérias que podem espalhar doenças.
10. As baratas inspiraram estudantes de Berkeley a fazer um robô chamado Dash. Ele pode cair em linha reta de 28 m e caminhar em uma velocidade de 10 km/h.
11. Uma barata fêmea dá à luz a 400 crias por vez. O esperma é armazenado no corpo da barata por 12 meses.
12. A barata está ganhando popularidade na China. Elas são usadas na medicina e no desenvolvimento de cosméticos.
13. A barata é um desastre para os cidadãos de Nova York. Elas conseguiram se tornar resistentes ao inverno.
14. As baratas são rápidas! Elas usam suas 6 pernas para se moverem a uma velocidade de 80 cm/s.
15. Baratas tropicais são realmente grandes! As baratas da Austrália podem pesar até 33,5 gramas.
16. As baratas podem ser treinadas. Elas já foram condicionadas a reconhecerem duas fragrâncias: baunilha e hortelã.
17. Uma barata grande pode não ser tão ruim. Baratas pequenas podem ser pragas mais perigosas.
18. Já existiu uma espécie de barata que brilhava no escuro. Ela era chamada Luchihormetica luckae. A espécie era do Equador, mas foi extinta por um vulcão.
19. A limpeza não vai te salvar das baratas. Estas criaturas são atraídas pela água e por alimentos, e não pela sujeira.
20. As baratas podem comer absolutamente tudo. Elas não desprezam nem a pele de animais mortos, lixo ou fezes.
21-O que ninguém sabe ainda é quem pintou a barata. Essa pergunta não quer calar.

A DEPRESSÃO É UMA DOENÇA QUE AFETA MILHÕES DE PESSOAS EM TODO MUNDO.


1. No planeta, 350 milhões de pessoas de todas as idades sofrem de depressão;

2. As mulheres têm duas vezes mais chances de desenvolver depressão do que os homens;

3. Os medicamentos placebos são 38% eficazes no tratamento da depressão, em comparação com até 54% de eficácia dos antidepressivos;

4. A depressão pode fazer uma pessoa sonhar de 3 a 4 vezes mais do que ela normalmente sonhava durante o sono;

5. A depressão profunda pode nos levar a envelhecer mais rápido no aspecto biológico, isso porque a doença acelera o processo de envelhecimento das células;

6. Nos Estados Unidos, 1 em cada 8 adolescentes tem depressão clínica.

7. Pesquisas conduzidas em comediantes e pessoas engraçadas têm mostrado que elas são mais deprimidas do que a média da população;

8. 10 vezes mais pessoas sofrem de depressão profunda atualmente do que em 1945;

9. Pessoas que passam muito tempo na internet são mais propensas à depressão, à solidão e à instabilidade mental;

10. A Islândia é o país que faz o maior uso de medicamentos antidepressivos no mundo;

11. Lincoln sofria de depressão e evitava carregar facas, temendo que pudesse se matar ou se ferir em algum momento;

12. Elefantes e chimpanzés podem mostrar padrões de comportamento semelhantes ao transtorno de estresse pós-traumático e à depressão;

13. 1 em cada 5 pessoas na França tem depressão, o que a torna o país mais depressivo do mundo;

14. Sigmund Freud recomendava cocaína para o tratamento de depressão, alcoolismo e dependência de morfina.

15. A gratidão pode aumentar os níveis de dopamina e serotonina, assim como os antidepressivos fazem;

16. Atividades físicas moderadas podem ajudar a tratar e a prevenir episódios de depressão.

Terminado o período de Carnaval, estamos na expectativa de que o país volte a andar a partir de segunda-feira. Vamos torcer para isso. Aproveitei a ocasião para divulgar algumas curiosidades sobre o Carnaval. Feliz ano novo. Feliz 2018.

Carnaval é uma das maiores manifestações culturais que existe no planeta. No Brasil, quando as festas ocorrem, em fevereiro ou março, o país literalmente para. Suas raízes por aqui são antigas, mas o Carnaval surgiu de um conjunto de fatores internos e externos. Por este motivo, vamos conhecer 25 curiosidades históricas do Carnaval.
– Na Roma Antiga, para homenagear o Deus Saturno, havia uma festa chamada Saturnais. As escolas ficavam fechadas e as pessoas saíam às ruas para dançar. Carros (chamados de “carrum navalis” por serem semelhantes aos navios) levavam homens e mulheres nus em desfile. Talvez daí a expressão “carnavale“.
– Outros especialistas afirmam que o nome da festa vem da expressão latina “carnem levare“, que quer dizer “adeus à carne”, já que representava os últimos dias antes da Quaresma, período em que o consumo de carne é proibido aos cristãos.
– A Igreja Católica se opunha a esses festejos pagãos, mas, em 590, decidiu reconhecê-los. Exigiu, porém, que o dia seguinte (Quarta-Feira de Cinzas) fosse dedicado à expiação dos pecados e ao arrependimento.
– A Quarta-feira de Cinzas marca o início da Quaresma (40 dias de abandono dos prazeres), e tem esse nome porque havia o costume de se marcar a testa dos fieis com as cinzas de uma fogueira em sinal de penitência.
– O Carnaval foi aos poucos mudando de cara. Na Idade Média, incluía sátiras aos poderosos. Os foliões se protegiam de possíveis retaliações com a desculpa de que a festa os deixava loucos (“folia”, em francês, significa loucura).
– Uma das mais antigas formas de Carnaval é o entrudo, cujo primeiro relato se deu em Pernambuco, em 1553. Trata-se de uma brincadeira de influência portuguesa, em que os foliões se sujam uns aos outros atirando polvilho, pó-de-sapato, farinha de trigo ou limões-de-cheiro (limões recheados de água e urina).
– O primeiro baile carnavalesco do Brasil ocorreu no Largo do Rocio, no Rio de Janeiro (RJ), em 1840. Foi uma iniciativa de uma atriz italiana que queria reproduzir o Carnaval de Veneza.
– O primeiro bloco organizado brasileiro foi o Congresso de Sumidades Carnavalescas, fundado pelo escritor José de Alencar em 1855. Nessa época, a folia era vinculada às elites. Os desfiles eram luxuosos, compostos por carros bem ornados, mulheres bonitas e grupos musicais estruturados.
– Em 1892, o extinto Ministério do Interior tentou mudar a data da festa para 26 de junho. Segundo eles, tratava-se de um mês mais saudável. O povo aproveitou o ano para fazer dois carnavais. Algo parecido ocorreu em 1912. A folia foi transferida por causa da morte do Barão do Rio Branco.
– Inspirados nos bailes de máscara do Carnaval de Veneza, os desfiles de fantasia do Teatro Municipal do Rio de Janeiro começaram em 1937. Clóvis Bornay foi o vencedor do primeiro concurso com a fantasia Príncipe Hindu. O concurso durou até 1972.
– O lança-perfume foi trazido da França em 1906. Era feito com perfume e cloreto de etila. Até o final dos anos 50, o máximo da ousadia era espirrar um jato gelado nas pernas das moças. Não se sabe quem inventou a moda de cheirá-lo, mas em 1961 o presidente Jânio Quadros proibiu o seu uso.
– O primeiro Rei Momo foi instituído pelo jornal carioca A Noite, em 1933. O eleito foi o músico Silvio Caldas, que, por sinal, era magérrimo. Atualmente, um comitê escolhe o monarca da folia com base em quesitos como desembaraço, sociabilidade, facilidade de expressão, simpatia e espírito carnavalesco.
– A principal festa do carnaval fora de época brasileiro é a micareta, regada de axé music. Entretanto, não foi o Brasil que a inventou. A festa vem da França do século XV, onde era conhecida como “mi-carême” (“meio da quaresma”). O evento acontecia durante os 40 dias de penitência impostos pela Igreja Católica.
– A primeira micareta brasileira ocorreu no início do século XX, em Jacobina, interior da Bahia. O nome “micareta” surgiu em 1935, depois de um plebiscito feito pelo jornal “A Tarde”. Fora da Bahia, a primeira que se tem notícia é a Micarande, realizada em Campina Grande, na Paraíba, em 1989.
– O abadá, roupa usada pelos micareteiros, tem sua origem na cultura afro-brasileira. Os abadás eram as vestimentas usadas nas celebrações do candomblé. Mais tarde, o termo passou a designar a roupa dos capoeiristas.

– Em 1928, o compositor Ismael Silva reuniu os principais sambistas do bairro carioca do Estácio. Eles formavam uma roda de samba em frente à antiga Escola Normal. Por isso o nome “escola de samba”. Fundada oficialmente em 12 de agosto de 1928, ela foi batizada de “Deixa Falar”.
– A “Deixa Falar” já apresentava o casal que empunhava a bandeira do grupo, conhecida como pavilhão. O mestre-sala e a porta-bandeira são remanescentes dos antigos ranchos, grupos anteriores à escola de samba. Essa tradição chegou a São Paulo no ano de 1935.
– Em 1969, a Salgueiro anunciou o enredo “Bahia de todos os deuses”. Os torcedores entraram em desespero, pois dizia-se naquela época que enredos sobre a Bahia davam azar. As crenças foram por água abaixo. A Salgueiro foi a campeã.
– Diferentemente do frevo e do samba – de caráter popular -, as marchinhas de carnaval surgiram como ritmo executado prioritariamente nos salões cariocas do final do século XIX. Elas tiveram sua ascensão ao mesmo tempo em que a classe média aumentou sua participação nos carnavais de rua.
– A marchinha Jardineira foi composta em 1938 e apareceu na comédia musical “Banana da Terra” (1939), que tinha no elenco Carmen Miranda, Oscarito e Emilinha Borba. Seu compositor, Benedito Lacerda, era flautista e policial militar. Humberto Porto, que também assina a composição, era estudante de Medicina.
– O nome samba vem de uma língua africana chamada banto, falada em Angola. Há duas versões para sua origem: ou ele deriva do termo semba (bater umbigo com umbigo), devido uma dança de escravos chamada umbigada; ou é uma junção de sam (pagar) e de ba (receber).
– A palavra samba foi utilizada pela primeira vez em 1838, pelo frei Miguel do Sacramento Lopes da Gama. O nome apareceu em uma quadrinha publicada na revista pernambucana “Carapuceiro”. Na ocasião, o termo foi usado para distinguir um dos tipos de música introduzidos pelos escravos africanos.
– Na década de 1920, o samba começou a se firmar no mercado cultural do Rio de Janeiro. Surgiam as primeiras indústrias nacionais de discos, e os bailes carnavalescos estavam em alta. Os compositores Sinhô e Caninha foram os primeiros a entrar na cena.
– Em 1930, surgem Noel Rosa e Ary Barroso, que levam o ritmo popular às classes médias. É também nessa época que são criadas variações do samba como samba-canção, samba-choro, samba de breque e samba-enredo.
– O sapateiro português José Nogueira de Azevedo Prates, o Zé Pereira, saiu pelas ruas tocando bumbo em 1848. Pessoas foram se juntando a ele e deram origem aos blocos de rua. O desfile de blocos de rua durante o Carnaval carioca foi autorizado apenas em 1889.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Fui ao cinema duas vezes no fim de semana. Como costumo ocupar a minha poltrona uns minutos antes do início do filme, há a sessão de anúncios e a de trailers. Na sessão de anúncios, uma campanha que chamou-me a atenção de forma inusitada e bastante negativa. Uma campanha da Coca-Cola Fan Feat. Na chamada a Coca anuncia que vai selecionar 3 entre 9 "artistas especialmente selecionados" com votação do público para gravar uma música inédita. Fiquei chocado com o grandes nomes, dos novos astros da música brasileira. Se não chegamos ao fundo do poço, podem apostar, estamos muito próximos.

Promoção Coca-Cola Fan Feat vai eleger três cantores para parceria em música inédita. O que a Coca não se deu conta é do significado da palavra "Cantor". Por outro lado, consumidores mais engajados na promoção da Coca vão ganhar prêmios. Até aí, tudo bem! Vamos por parte, como diria o esquartejador.
Canto é o ato de produzir sons musicais utilizando a voz, variando a altura de acordo com a melodia e o ritmo. Aquele que executa o canto ou, simplesmente, canta, é chamado de cantor(ou cantora). O cantor que está à frente de uma banda de música popular é, comumente, chamado de vocalista. Os cantores apresentam músicas (canções, árias, recitativos etc.), que podem ser cantadas com acompanhamento de instrumentos musicais ou a capela. O canto pode ser praticado “solo” ou em duetos, trios, quartetos etc. Pode também ser praticado em grupo, como num coro em uníssono ou composto por diferentes naipes. Em muitos aspectos, o canto é uma forma de fala “sustentada”. Pode ser formal ou informal, arranjado ou improvisado. Pode ser praticado por lazer, por ritual, na prática educacional ou profissionalmente. A excelência no canto requer tempo, dedicação, instrução e prática regular. Nesse caso, a voz fica mais clara, forte e maleável.  Os cantores profissionais, normalmente, constroem suas carreiras num gênero específico, como erudito ou popular. Ensaiam, constantemente, com professores de canto, pianistas repassadores, “coaches” e regentes, ao longo da carreira.
Em seu aspecto físico, o canto tem uma técnica bem definida que depende do uso dos pulmões, que agem como uma fonte de ar; do diafragma, que age como um fole; da laringe, que atua como um instrumento de palheta ou vibrador; do tórax e cavidades da cabeça, que têm a função de um amplificador, como um tubo num instrumento de sopro; e da língua, que, juntamente com o palato, dentes e lábios, articulam e impõem consoantes e vogais ao som amplificado. Embora estes quatro mecanismos funcionem de forma independente, são, no entanto, coordenados no estabelecimento de uma técnica vocal e são feitos para interagir uns sobre os outros.
Durante a respiração passiva, o ar é inalado por meio do diafragma, enquanto a exalação ocorre sem nenhum esforço. A expiração pode ser auxiliada pelos músculos abdominais, intercostais e pélvicos inferiores. A inspiração é auxiliada pelo uso dos músculos intercostais externos, músculos escalenos e o esternocleidomastóideo.
O som da voz cantada de cada indivíduo é totalmente único, não só por causa da forma e tamanho real das pregas ou cordas vocais, mas também devido ao tamanho e forma do restante do corpo. Os seres humanos têm pregas vocais que podem afrouxar, apertar ou alterar a sua espessura e sobre as quais a respiração pode ser transferida sob pressões variadas. A forma do tórax e pescoço, a posição da língua, e a tensão dos músculos de outra forma não relacionados podem ser alterados. Qualquer uma destas ações podem causar mudança na altura, intensidade, timbre ou no volume do som produzido. O som também vibra dentro de diferentes partes do corpo e o tamanho e estrutura óssea de um individuo pode afetar o som produzido.
Cantores também podem aprender a projetar o som de maneira que ele ressoe melhor dentro do trato vocal. Isto é conhecido como ressonância. Outra grande influência na produção da voz cantada é a função da laringe que pode ser modificada de diferentes maneiras para produzir sons diferentes. Estes diferentes tipos da função laríngea são descritos como diferentes tipos de registros vocais.
Também, pesquisas científicas tem mostrado que uma voz mais potente pode ser obtida quando a mucosa das pregas é mais gordurosa e fluida. Quanto mais flexível é a mucosa, mais eficiente é o mecanismo de transferência de energia do corrente de ar para as pregas vocais.
Um registro vocal é uma série especial de sons, produzidos no mesmo padrão vibratório das pregas vocais e que possuem a mesma qualidade. Esses registros são originários da laringe e ocorrem porque as pregas vocais são capazes de produzir vários padrões vibratórios diferentes. Cada um destes padrões vibratórios aparece dentro de uma extensão de alturas e produz sons de determinada característica. O termo "registro" pode ser um pouco confuso, uma vez que engloba vários aspectos da voz humana e pode ser usado para se referir a qualquer um dos seguintes aspectos:
Uma determinada parte da Extensão vocal, como os registros grave, médio e agudo.
Uma região de ressonância, tal como a "voz de peito" ou a "voz de cabeça".
Um processo fonatório ou processo de produção de um som vocal pela vibração das pregas vocais que por sua vez é modificado pela ressonância do trato vocal.
Um determinado timbre ou "cor" da voz.
Uma região da voz definida por “notas de passagem” (passaggio).
Na linguística, um "registro de lingua" é uma linguagem que combina o som e a fonação da vogal em um único sistema fonológico. Dentro da fonoaudiologia o trato vocal possui três elementos constitutivos: um certo padrão de vibração das pregas vocais, uma série de alturas e um certo tipo de som. Fonoaudiólogos identificam quatro registros vocais, baseados na fisiologia do funcionamento da laringe: o registo vocal fry, o registro modal, o registro de falsete, e o registro de assovio. Essa classificação também é adotada por muitos professores de voz.
Ressonância vocal é o processo pelo qual o produto básico da fonação é enriquecido em timbre e/ou intensidade pelas cavidades por onde o ar passa em seu caminho para o exterior. Vários termos relacionados com o processo de enriquecimento da ressonância incluem amplificação, ampliação,melhoria, intensificação e prolongamento, embora, a rigor, as autoridades científicas questionam a maioria deles. O principal ponto a ser extraído desses termos por um cantor ou orador é que o resultado final da ressonância é, ou deveria ser, fazer um som melhor.Há sete regiões do corpo humano que podem ser listadas como possíveis ressonadores vocais. Na sequência do mais baixo para o mais alto, a saber: o tórax, a árvore traqueal, a própria laringe, a faringe, a cavidade oral, cavidade nasal e seios da face.
Voz de peito e voz de cabeça são termos usados na música vocal. O uso desses termos varia muito nos círculos pedagógicos e atualmente não há uma opinião consistente entre os profissionais da música vocal no que diz respeito a estes termos, que podem ser usados em relação a uma parte específica da extensão vocal, ao tipo de registro vocal, a uma zona de ressonância vocal ou a um timbre vocal específico.A voz de peito se forma na cavidade torácica, até mais ou menos a altura da boca e será sempre a voz mais grave. É o tipo de voz que usamos normalmente para falar. No canto, é mais usada nos registros grave e médio, mas também numa pequena parcela do registro agudo. Já a voz de cabeça ressoa para cima do nariz até as cavidades do rosto (cavidades maxilares ou frontais ) e será uma voz aguda, fina e mais suave. É usada para as notas médio-agudas e agudas.
Já o falsete é uma "falsa" voz de cabeça, um recurso que permite ao cantor emitir notas mais agudas com menor esforço - ou emitir notas mais agudas do que seria possível emitir com esforço normal.
Classificação da voz cantada. Na música clássica europeia e na ópera, as vozes são tratadas como instrumentos musicais. Os compositores que escrevem música vocal devem entender das habilidades, talentos e propriedades vocais de cada cantor. A classificação vocal é o processo pelo qual as vozes humanas são avaliadas e, então, categorizadas em tipos de voz. Tais qualidades incluem, mas não são limitadas a: Extensão vocal, peso vocal, tessitura vocal, timbre vocal e notas de passagem. Outras considerações são características físicas, nível de fala, testes científicos e registro vocal. A ciência por trás da classificação vocal desenvolvida na música clássica europeia tem sido muito lenta para se adaptar às formas modernas do canto. A classificação vocal é usada, frequentemente, em ópera para associar possíveis papéis a determinadas vozes. Existem atualmente vários sistemas diferentes em uso na música clássica, como o sistema alemão Fach e o sistema musical coral, dentre outros. Nenhum sistema é universalmente aceito ou aplicado.
No entanto, a maioria dos sistemas de música clássica reconhece seis diferentes categorias principais de voz. Tanto os homens quanto as mulheres são divididos, normalmente, em três categorias. As mulheres podem ser sopranos, meio-sopranos ou contraltos. Os homens, por sua vez, podem ser tenores, barítonos ou baixos. Se um homem (tenor, barítono ou baixo), utiliza, principalmente, sua voz de falsete para cantar, ele é chamado de contratenor. Dentro dessas categorias principais, existem várias sub-categorias que identificam qualidades vocais específicas como a facilidade para coloraturas e o peso vocal, para diferenciar as vozes.
Deve-se notar que, dentro da música coral, as vozes dos coristas são, na maioria das vezes, classificadas apenas pela extensão sem levar em conta a tessitura. A música coral, comumente, divide as partes vocais em vozes agudas e graves, por sexo (SCTB, ou soprano, contralto, tenor e baixo). Como resultado, a situação típica do coral proporciona muitas oportunidades para erro de classificação. Considerando que a maior parte das pessoas têm voz média (barítono ou meio-soprano), são designadas a elas partes muito agudas ou muito graves para elas; os meio-sopranos devem cantar soprano ou contralto e os barítonos devem cantar tenor ou baixo. Em todos os casos o corista poderá ter problemas, apesar de haver menos problema em cantar muito grave do que muito agudo.
Benefícios do canto para a saúde.
Estudos científicos sugerem que o canto pode ter efeitos benéficos na saúde humana. Um estudo preliminar, baseado em dados de entrevistas feitas a estudantes de canto coral, detectou benefícios perceptíveis que incluem aumento da capacidade pulmonar, melhoria de humor, redução de estresse, assim como benefícios sociais e mentais. Entretanto, um estudo da capacidade pulmonar muito anterior comparou profissionais com treinamento vocal com profissionais sem treinamento e não observou nenhum aumento da capacidade pulmonar. O canto pode influenciar positivamente o sistema imunológico por meio da redução do estresse. Outro estudo concluiu que tanto o canto coral quanto a audição de música coral reduz o nível de hormônios de estresse e aumenta a função imunológica. Uma colaboração multinacional para estudar a conexão entre o canto e a saúde foi estabelecida em 2009, denominada Pesquisa Interdisciplinar Avançada em Canto (Advancing Interdisciplinary Research in Singing (AIRS). Posto em pauta esses detalhes sobre o canto, voltemos a campanha da Coca-Cola.
A Coca-Cola, marca famosa de refrigerantes no Brasil e agora também no mercado de sucos, escalou um timinho de quinta categoria, mas que intitula a formação de um timaço para sua campanha de verão. Atentem para os nomes: Anitta, Luan Santana, Ludmilla, Pabllo Vittar, Projota, Simone & Simaria, Solange Almeida, Thiaguinho e Valesca Poposuda. Essas pessoas estampam as novas embalagens de Coca-Cola e Coca Cola Zero Açúcar, que trazem nas latas a imagem do rosto de cada um. Não bastassem o rosto ainda tem de quebra, um trecho de suas músicas. A campanha é uma promoção para os fãs de música (Fãs de Música?), que escolherão três artistas para formar um novo feat, ou seja, um trabalho em parceria (Mas Bah Tchê). Cada lata é um voto em potencial. O trio de eleitos vai gravar uma musica inédita e um videoclipe, e serão as estrelas de um show ao final da campanha. Já pensou que espetacular?
“Neste verão, a Coca-Cola está usando a força da marca para conectar seu público em torno de um dos assuntos que mais o mobilizam, a música. Analisem bem o que Javier Rodriguez, vice-presidente de Marketing da Coca-Cola Brasil disse:Reunimos grandes nomes (Grandes Nomes?) para que os fãs tenham o poder de decidir o feat. mais desejado do cenário musical brasileiro”.
Palavras dele Javier: Reunimos grandes nomes (Grandes Nomes?) para que os fãs tenham o poder de decidir o feat. mais desejado do cenário musical brasileiro”.
Os 100 eleitores de cada artista vencedor que mais votaram ganharão ingressos para assistir ao show, com um acompanhante. Isso lá é prêmio? Os 10 mais engajados de cada artista terão acesso a outros prêmios, como assistir à gravação do clipe (Nossaaaaaa! Quanta honra) e encontrar com o artista no dia do show, produzido e transmitido ao vivo pela Vevo Brasil, que assina a curadoria e gestão artística da campanha. (Isso nem é mais honra é praticamente entumecedor. Chega tá! Uma forte cinetose campeia meu ser, a exemplo dos que não estão acostumados a movimentos sem previsão.

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Já fui um bom cinéfilo. Hoje, nem tanto! Apesar disso assisti no fim de semana a dois filmes. A Forma da água e 50 Tons de Liberdade. Uma trilogia que chega ao fim. Será? Tomara que sim. Ninguém aguenta esses tons. Se você assistiu ou pretender ir ao cinema, tudo bem. Se não viu e não quiser assistir, estará perdendo quase nada, a não ser alguma cenas de nudez da Atriz.

Estou aqui pensando. Qual dos 50 Tons é o pior? Se você está se fazendo a mesma pergunta, chegamos a empate. Difícil mesmo é saber qual foi o pior. Lançado em 2015, o filme 50 Tons de Cinza chegou aos cinemas pegando carona no grande sucesso literário de E.L.James, que tinha como característica principal a forte presença do sexo na história. Num cenário geralmente conservador, acabou chamando a atenção de quem buscava um programa, mais picante, baseado nos muitos comentários de quem havia lido o livro na ocasião. Dois anos depois foi a vez de 50 Tons Mais Escuros chegar às telonas, e agora temos a estreia do capítulo final da trilogia, 50 Tons de Liberdade.

Se o primeiro filme já era bem fraquinho, com um recheio enorme de cenas vagabundas de sexo mal começado e mal acabado, a coisa foi piorando nos episódios seguintes. Os conflitos foram perdendo sentido e, para piorar, havia pouca evolução narrativa nas histórias dos protagonistas e antagonistas, o que nem importou tanto, baseado no fato de a maioria estar interessada nas supostas novidades do mundo do sexo. Tudo o que vimos foi uma colagem barata de cenas eróticas com uma trilha musical xarope e insistente. Falando em colagem, o filme tem a coragem de inserir uma "retrospectiva de melhores momentos do casal" no final de tudo, coisa esquisita.

O longa começa praticamente onde terminou o anterior, seguindo com o casamento entre Ana e Christian. Casados, eles vão tentando adequar a vida juntos, ao mesmo tempo que ainda lidam com a ameaça do ex-chefe dela, que tem uma grande obsessão pela família Grey. Abandonando quase que por completo a história de Elena, a ex-amante de Christian, o longa fa a linha meia-boca.


James Foley segue a direção e confundi tudo tanto do ponto de vista visual, quanto com relação ao ritmo. A montagem realizada à seis mãos não ajuda, insistindo em pequenos cortes como forma de apresentar a passagem de tempo. Coisa de pedreiro que deu uma saidinha e deixou para o servente arrematar.

O roteiro de de 50 Tons de Liberdade é o pior de toda trilogia, com alguns diálogos e momentos completamente inócuos. Após o casamento, Christian leva Ana para a Lua de Mel em seu jatinho particular. A cena de Ana surpresa com o fato dele ter um avião foi patética. No terceiro filme, ela ainda não entendeu que ele é muito rico?  Todo o desenvolvimento do vilão Jack também é pobre, principalmente a história por trás, que aborda sua relação com ex-secretárias e assistentes, numa dinâmica de chantagem completamente invertida.

Por trás do que a autora entende como romance, há um comportamento machista permanente, de posse. E a obra é machista em vários sentido. É o caso quando Christian invade o escritório de Ana e fica enciumado, é o caso quando se revolta com a forma como a esposa se veste. É o caso quando o filme joga mulheres umas contra as outras, sempre brigando por homens. É o caso quando uma amiga de Ana, é tratada como louca ou temperamental ao desconfiar do namorada. 

E mais grave, com poucos minutos de filmes, logo após o casamento, já vemos uma cena em que a mulher faz uma referência deslocada e sem sentido a uma possibilidade de gravidez, mais uma vez reforçando estereótipos femininos. É muito comum as mulheres tentarem assustar os homens com papos de gravidez fora do casamento, porem tocar no assunto tendo acabado de se casar é um tanto patético. Quer algo mais clichês do que a mulher puxar uma conversa sobre gravidez e o homem não demonstrar interesse. Não faz sentido algum, até porque a personagem passa por um momento de afirmação em sua vida pessoal e profissional. Ela quer se manter independente do marido e mostrar seu valor no trabalho, o que também é patético. Imagine uma mulher de milionário, portanto milionária, ficar apegando a um empreguinho de quinta categoria e que ainda por cima tem chefe, do chefe, do chefe a hierarquia. Que coisa mais pobre! A desculpa da auto afirmação é uma furada, típica de filminho de quinta.


As cenas de sexo apresentadas são todas muito fracas. Beijos mal acabados, carícias mal finalizadas e rápidas e uma coisa odiosa do ponto de vista feminino. O cara mal chega e já vai penetrando. A demonstração de falta de habilidade para a arte do sexo é notável, em que pese ele tenha um corpo chamativo, por ser malhado. 

Na sala do sexo muitos objetos sado quem o ator nem sabe  da real utilidade. Usa apenas os triviais e fáceis de manipular como por exemplo as algemas e o batedor e na cena do sorvete que a própria Ana deu início e foi complementada pelo Christian na coxa deixou muito a desejar, sem falar que ele nem deu bola para os pezinhos da Anastassia ou melhor ainda da Dakota Johnson.

Outra coisa que chamou a minha atenção foi a força do ator que carregou a atriz no colo sem o menor esforço. Independente disso, a cena da porta do elevador se abrindo e ele com a Ana no Colo saindo foi algo bem estranho dentre tantas cenas igualmente esquisitas.

Embora a Anastasia esteja longe de alcançar uma liberdade por conta de uma certa obsessão do Christian que parece não ter fim, pelo menos nós, espectadores, estamos livres de quaisquer outros 50 Tons. Ou...não estamos livres? Coisa ruim costuma brotar do nada. 

Pra encerrar, muito lindo o menino que fez o papel de filho do casal Grey. Quem saiu rápido demais do cinema, quase não consegue acompanhar a cena campal, exibida antes dos créditos..


Fantasia, Drama, Romance, tudo num só filme dirigido por Guillermo del Toro. The Shape of Water, título original, foi o filme vencedor do Festival de Veneza 2017. Ví muitas críticas de entendidos e desentendidos. Os entendeidos elogiam, os desentendidos botam a boca no trombone e os apáticos simplesmente dizem que a expectativa era maior que o próprio filme. Muitos o comparam como sendo "água com açucar",


Ontem fui ao cinema assistir "A Forma da Água" e recomendo. Fantasia, Drama, Romance, tudo num só filme dirigido por Guillermo del Toro. The Shape of Water, título original, foi o filme vencedor do Festival de Veneza 2017. Ví muitas críticas de entendidos e desententidos. Os entendidos elogiam, os desentendidos botam a boca no trombone e os apáticos simplesmente dizem que a expectativa era maior que o próprio filme. Muitos o comparam como sendo "água com açucar", padrão sessão da tarde.

A forma da água é um filme que mostra a década de 60. Em meio aos grandes conflitos políticos e transformações sociais dos Estados Unidos da Guerra Fria, a muda Elisa vivida pela atriz Sally Hawkins, zeladora em um laboratório experimental secreto do governo, se afeiçoa a uma criatura fantástica mantida presa e maltratada no local. Para executar um arriscado e apaixonado resgate ela recorre ao melhor amigo Giles papel interpretado por Richard Jenkins e à colega de turno Zelda interpretada por Octavia Spencer.

Na trilha um pouco de Carmem Miranda, um pouco da famosa canção Babaloo, um pouco de Andy Williams e também a famosa canção de muitos intérpretes "You never know". O filme é um convite ao escapismo. É isso o que Guillermo del Toro faz com esta produção de cativante beleza, interpretada por um elenco afiadíssimo.
A história é apresentada como uma fábula, protagonizada por uma "princesa sem voz". Sally desenvolveu o papel de maneira brilhante. Uma atriz de beleza bem diferente da convencional.
Quando os americanos decidem usar o monstro como cobaia na corrida espacial ,entraem cena o agente policial moralista e sádico Strickland vivido por Michael Shannon. Mas a vida do "visitante" corre perigo. Eliza vai acionar o amigo e vizinho Giles e a companheira de trabalho Zelda, a quem cabe as falas mais divertidas para ajudá-la em um elaborado plano.
Muda sim, mas nem por isso infeliz, a faxineira Eliza Esposito sempre hipnótica trabalha numa base secreta do governo dos Estados Unidos, que inclui um laboratório comandado pelo doutor Hoffstetler interpretado por Michael Stuhlbarg. Uma criatura capturada nos confins da América do Sul é levada para o laboratório. Pouco a pouco, Eliza vai se afeiçoando a criatura. Como diz o ditado, quem ama o feio, bonito lhe parece.
Guillermo vai ainda mais além, inserindo componentes… “picantes” que conferem ainda mais camadas a esse complexo e maduro microcosmos de personagens. É Shrek para maiores, se você preferir. Maiores de idade e evoluídos em maturidade.
Para o brilhante Guillermo Del Toro, não basta o preciso uso de todos os aspectos do cinema em confluência para um bem comum. Além da trilha que remete os mais experintes ao saudosismo, fica o destaque para o tom fluido azul esverdeado do lindo trabalho do diretor de fotografia Dan Laustsen. Eliza e Giles, um pintor fracassado, são fãs de musicais, cujo glamour servia como válvula de escape para a rotina de uma gente sonhadora. O elemento é aproveitado com maestria pelo roteiro assinado por del Toro e Vanessa Taylor.




A relevância do filme não seria possível, sem a sutileza da interpretação de Sally Hawkins, subaproveitada estrela de Simplesmente Feliz de 2008, indicada ao Oscar de atriz coadjuvante por Blue Jasmine. Embora ninguém diga abertamente, para os padrões de Hollywood, Hawkins poderia ser considerada “feia”. Justo ela, que no filme diz com simples gesto páginas e mais páginas de texto, em comparação a muita “bonita” bajulada pelo cinema americano”.

Nada é aleatório no filme, Guillermo del Toro usa todas a ferramentas do cinema para criar um universo mágico, cheio de alegorias, que ilumina aqueles que não se encaixam. Se algum dia você já sentiu só no mundo, essa é a sua praia. no caso do filme a máxima seria: esse é o seu tanque.