sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Estamos perdidos. Como é possível um jovem estudante não ter plena capacidade para ler e entender textos simples? Pois, é isso o que vem acontecendo há anos, para o desespero dos nossos educadores. Porém, agora as coisas ficaram ainda piores.

Menos de 10% dos alunos de 14 a 17 anos de escolas particulares do País estão no nível considerado avançado de Português. Só esse pequeno grupo, por exemplo, consegue entender perfeitamente expressões de humor em contos, crônicas e artigos. Os dados são do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017, divulgados nesta quinta-feira, 30, pelo Ministério da Educação (MEC).
Pela primeira vez, a rede privada pôde se voluntariar para participar do exame, que é a mais importante avaliação brasileira. Até então, o governo as selecionava por amostragem.
O MEC, no entanto, não informou quantas nem quais escolas particulares fizeram o Saeb em 2017. A prova mede a aprendizagem dos alunos do 5º ano e 9º ano do Ensino Fundamental e do 3º do médio, desde 1995, nas escolas públicas.
Em Matemática, as notas são um pouco melhores e a proporção de adolescentes com uma boa aprendizagem gira em torno de 20%. Eles são capazes de resolver problemas utilizando probabilidade.
Mesmo assim, a rede particular ainda tem melhores resultados. A média conjunta dos estudantes de escolas municipais, estaduais e federais, no Ensino Médio, em Matemática é 259,7. Nas privadas, é 329,48, uma diferença de 69,78 pontos. Em Português, a disparidade é de 55,3 pontos.
Isso faz com que os dois grupos estejam em níveis diferentes de aprendizagem. A média de alunos de escolas públicas é insuficiente e a nota dos de colégios particulares já é considerada básica.
Os alunos de escolas privadas de São Paulo têm desempenho parecido com o resto do Brasil. Só 7,7% deles estão no nível avançado de Português e 23,61%, em Matemática.
Mais da metade dos alunos de 14 a 17 anos do País não aprenderam praticamente nada do esperado para as séries que estão cursando, tanto em Português quanto em Matemática. Mesmo no 3º ano do ensino médio, a maior parte dos jovens não sabe identificar a informação principal de uma reportagem ou calcular porcentagem, por exemplo.
Esses são alguns do resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), o mais importante exame brasileiro, que mede desempenho dos alunos. A prova é feita pelo Ministério da Educação (MEC) para todos os estudantes do 5º ano e 9º ano do ensino fundamental e do 3º do médio desde 1995 nas escolas públicas.
A rede particular este ano pôde se voluntariar para participar (até o ano passado, o MEC as selecionava por amostragem).
Os resultados do exame de 2017 foram divulgados nesta quinta-feira, 30, pelo governo. Mais de 5,4 milhões de alunos participaram do Saeb. O desempenho de Português e Matemática é usado para compor o Índice de Desempenho da Educação Básica (Ideb), que inclui ainda dados de aprovação e reprovação.
O quadro é mais grave no ensino médio, em que 7 em cada grupo de 10 alunos estão nos níveis considerados insuficientes de aprendizagem nas duas disciplinas. "É uma das coisas mais preocupantes que a gente tem no País. Ou o aluno abandona a escola ou fica e não aprende nada", diz o ministro da Educação, Rossieli Soares Silva.
O ensino médio é considerado por especialistas como a etapa mais preocupante da educação brasileira pelos altos índices de evasão e por ter um currículo distante dos jovens. Apesar dos resultados serem ruins em todas as etapas, estudantes do fundamental têm desempenho melhor. "Se continuar tudo como está, há possibilidade de, em 2021 e 2023, os alunos do fundamental já terem ultrapassado os médio", afirma o ministro.
Os dados do Saeb mostram que, em três Estados, isso já aconteceu. No Ceará e no Amazonas, estudantes do 9º ano já têm nota maior que os do ensino médio em Português. Em Santa Catarina, isso acontece em Matemática. Isso quer dizer que se ambos fizessem a mesma prova, os mais novos se sairiam melhor.
O governo Michel Temer enviou ao Congresso por medida provisória - que depois se tornou lei - uma reforma para o ensino médio que flexibiliza o currículo e cria diversos caminhos que podem ser escolhidos pelos jovens, entre eles o ensino técnico.
A proposta é polêmica, principalmente pela dificuldade de estrutura e professores para oferecer as diferentes formações. Entre os candidatos à Presidência, há os que defendem a revogação da lei. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a etapa, desenvolvida pelo atual governo, ainda não foi aprovada e também corre risco de ser mudada numa próxima gestão.
Fundamental
Na etapa de 1º ao 5º, o cenário é um pouco melhor, com 39% dos alunos nos mais baixos níveis de aprendizagem em Português e 33% em Matemática no Saeb. Foi também a média nacional que mais cresceu com relação ao último exame, em 2015. Passou de 208 para 215 (numa escola de 0 a mil) em Português e de 219 para 224 em Matemática. Mesmo sendo o melhor resultado, as crianças de 11 anos no Brasil, em geral, não são capazes de reconhecer o assunto de um poema ou uma tirinha, por exemplo.
Cerca de 5,46 milhões de alunos do fundamental e do médio fizeram a prova no ano passado. A previsão é que o ministério divulgue os resultados do Ideb na próxima semana. Pela primeira vez, os dados do Saeb e do Ideb foram divulgados separadamente.
O ministério informou que o fatiamento da divulgação tem o objetivo de dar ênfase à discussão sobre aprendizagem. Medidas urgentes devem ser tomadas no sentido de garantir um aprendizado melhor por parte dos alunos quem em tempos modernos, sofrem muitas influências externas que podem desviar o foco no setor educação. O resultado de tanto desejo dos jovens por parte das coisas do mundo, podemos verificar por meio dos índices baixos de intelectualidade. 

domingo, 26 de agosto de 2018

É tempo de eleição. Está no ar o Horário Político no Rádio e na Televisão. Nas Redes Sociais, as postagens estão acontecendo faz tempo. Teremos de aguentar promessas e muito falatório, inclusive de uns candidatos contra os outros. Pode apostar que as alfinetadas serão incontáveis.



Ano eleitoral é sempre a mesma coisa, independente da cidade. Centenas de candidatos, muitos concorrendo ao primeiro mandato e fazendo de tudo para ganhar os votos dos eleitores. Prometer faz parte das propostas eleitorais dos candidatos, mas como avaliar quais promessas são viáveis à execução e quais são apenas formas de encantar o eleitor? O que sabemos é que, independentes de as promessas serem viáveis ou não, elas dificilmente saem do papel, como estamos assistindo ao mesmo filme há anos.
Não é novidade que o povo está cansado de ouvir promessas. Porém, é de suma importância que nós, eleitores, tenhamos a mínima noção do que está sendo proposto e do que realmente é permitido a um candidato realizar, afinal só poderemos cobrar aquilo que é possível ser feito. Diga-se de passagens, muitos candidatos não sabem nem o que faz um vereador, deputado, senador e assim por diante.Como diria o Tiririca: eu não sei o que faz um deputado mas eu vou descobrir e depois eu conto. E ele descobriu e ficou decepcionado. O que um parlamentar faz é bem diferente do que deveria fazer. Enfim, essa é outra história.
Voltando ao tema promessas.“Trocando em miúdos”, durante as campanhas, inúmeros candidatos prometem que irão fazer coisas, que se cada um deles conhecesse um pouco das suas futuras atribuições, existiria a possibilidade de não iludir os eleitores com promessas impossíveis de cumprir. Entretanto, essas atribuições são temas para um outro texto, certamente mais complexo.
Desde 2010, é obrigatoriedade dos candidatos aos cargos do executivo apresentar programas de governo no ato do registro de suas candidaturas na Justiça Eleitoral. Entre as promessas mais comuns estão a redução dos impostos, talvez porque o peso da carga tributária sempre foi – e ainda é – uma das principais reclamações dos brasileiros; melhorias na saúde, que é precária tanto pela falta de profissionais quanto pelas condições estruturais dos hospitais; melhorias no trânsito, super congestionado pela quantidade de veículos inversamente proporcional ao número de vias nas cidades; e a garantia da segurança publica de qualidade, que dispensa qualquer tipo de comentário pelo que a gente assiste nos veículos e até a olho nú, no dia a dia. E a criminalidade não é mais "privilégio" dos grandes centros.
E quando questionamos o porquê os políticos brasileiros não cumprem suas promessas de campanha, a resposta é simples: por mais boa vontade que os eleitos tenham, prometem coisas impossíveis de cumprir, ou seja, é inviável, prometer aquilo que não pode acontecer num curto espaço de tempo, por exemplo, a construção de 10 hospitais públicos em 4 anos.
Para evitar que promessas de campanha sirvam apenas para preencher o espaço da propaganda eleitoral já foi criado o “Portal Compromisso Público”, onde serão registradas as promessas e os passos dos políticos em todo país. Além deste, um projeto de emenda constitucional foi apresentado pela Rede Nossa, que reúne mais de 600 ONGs. Ele exige que os políticos eleitos anunciem, em até 90 dias após a posse, um Programa de Metas e Prioridades para o mandato, além de propor que o cumprimento das promessas políticas seja obrigatório para o presidente, os governadores e os prefeitos.
Para finalizar, temos de ter consciência de que a política partidária não deve ser uma ponte para conseguir emprego e nem de interesses pessoais. Os políticos são representantes do povo – nossos representantes – e devem trabalhar em prol do povo. Não podemos pactuar com a falta de bom senso e o despreparo evidente de muitos candidatos. Que prevaleça o bom senso dos políticos e especialmente de nossa parte-eleitores-que mais uma vez vamos escolher os nossos representantes. Que sejamos mais coerentes moralmente e eticamente no momento da escolha. Não vote nesse ou naquele, só porque ganhou um abraço ou um cafezinho w um biscoitinho. Fique ligado e bom voto!

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Vem aí o Setembro Amarelo. Estatísticas indicam ao menos dois casos de suicídio por dia no Paraná. É recorde na série histórica analisada pelo ministério da saúde desde 1979. Quais seriam as razões? Auxílio gratuito ao CVV. Ligue 188 é grátis.


Quais seriam as razões para alguém tirar a própria vida? O desespero pode chegar a beira do insuportável? Uma coisa é fato. A cada dia, o sofrimento – físico ou emocional – fica mais intenso e viver torna-se um fardo pesado e angustiante para muita gente com dificuldade em lidar com o inesperado. Sua dor parece incomunicável; por mais que você tente expressar a tristeza que sente, ninguém parece escutá-lo ou compreendê-lo.

Diante dos aspectos relatados, a vida perde o sentido e a vontade de viver vai aos poucos sendo corroída pelo desejo de parar com a cadeia de sofrimento. O mundo ao seu redor fica insosso para muitos. Você sonha com a possibilidade de fechar os olhos e acordar num mundo totalmente diferente, no qual suas necessidades sejam saciadas e você se sinta outro.

Dentro dessa perspectiva, o suicida pode entender ser a morte o passaporte para essa nova vida? Como isso pode ser possível se a nossa tendência é valorizar a vida e não acabar com ela?

Nossa cultura valoriza a vida em todos os sentidos, haja vista os incontáveis métodos de rejuvenescimento. Daí a morte, mesmo sendo um processo natural, não é bem-vinda porque rompe com o sonho humano de imortalidade. O suicídio, então, é tido como intolerável, nos conduzindo quase sempre a buscarmos uma justificativa para compreender tal ato e amenizar nossa perplexidade.

Parece comum ao ser humano experimentar, pelo menos uma vez na vida, um momento de profundo desespero, dor ou sofrimento e de grande falta de esperança. Os adjetivos são mesmo esses: extremo, insuportável, profundo. Mas, aos poucos, os seus sentimentos e idéias se reorganizam.

Suas experiências cotidianas passam a fazer sentido novamente e você consegue restabelecer a confiança em si mesmo. Você descobre uma saída, procura apoio, encontra compreensão. Aquele desejo autodestrutivo, aquela vontade de resolver todos os problemas num golpe só, se dilui. E você segue adiante. Muitos, no entanto, não conseguem encontrar uma alternativa. O suicídio, para esses, parece ser a última cartada contra o sofrimento, um gran finale para uma vida aparentemente sem sentido, para um presente pesado demais ou para um futuro que por mais amedrontador que seja, possa significar algo melhor que o momento presente.

O suicídio tem muitas explicações, inclusive no campo filosófico, mas não tem explicações objetivas. O suicídio agride, estarrece, silencia. Continua sendo tabu, motivo de vergonha ou de condenação, sinônimo de loucura, assunto proibido na conversa com filhos, pais, amigos e até mesmo com o terapeuta. Mas as estatísticas mostram que o suicídio precisa, ser melhor discutido, e isso já passou da hora faz tempo. Trata-se, além de uma expressão inequívoca de sofrimento individual, de um sério problema de saúde pública.

De acordo com o mais recente relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 804 mil pessoas se mataram no ano 2012 em todo o mundo – uma taxa de 11,4 para cada 100 mil habitantes. Isso significa um suicídio a cada 40 segundos. A “violência autodirigida”, como o suicídio é classificado pela OMS, é hoje a 14ª causa de morte no mundo inteiro. E a terceira entre pessoas de 15 a 44 anos, de ambos os sexos. Por isso, o suicídio não pode mais ser ignorado.

Casos de suicídio muitas vezes são deliberadamente mascarados nas estatísticas oficiais. Suicídios de crianças tidos como morte acidental ou acidentes de automóvel, causados por jovens que dirigem alcoolizados e em alta velocidade: para os especialistas, esses são, sim, atos suicidas.

O pensamos em suicídio é caracterizado com um pensamento humano. por mais incomum ou bizarro que possa parecer. Se não desejamos nos matar, ao menos cogitamos morrer – morrer para escapar do sofrimento, para nos vingar, para chamar a atenção ou para ficar na história. Outro fator que faz a gente pensar é, por que algumas pessoas desistem e outras não?

O suicida tem desejos de vingança como, por exemplo, uma forma de punir pessoas próximas para que se sintam culpadas ou tristes. Pode ainda ter desejo de reparação, de salvação, de escape, de sacrifício, de reencontrar-se com alguém que já tenha morrido, de estar mais próximo de Deus, etc.

Tais desejos são declarados em cartas de despedida ou em fragmentos de conversas relatadas, mais tarde, lembradas por amigos ou familiares, sobre alguns comportamentos ou falas que sinalizavam a intenção de suicídio, mas que naquele momento não deram importância.

Por isso que é perigoso avaliar um comportamento de alguém que diz que quer se matar banalizando com frases do tipo “ele (a) só quer chamar atenção”. É preciso ajudar, sem necessariamente ser um especialista, demonstrando interesse genuíno em acolher o outro.

Coragem ou covardia de quem tira a própria vida? As opiniões se dividem. De qualquer forma, o ato contra a vida pode ocorrer num gesto impulsivo e a pessoa vai embora pra sempre. E é o pra sempre que nos incomoda.

Por trás do comportamento suicida há uma combinação de fatores biológicos, emocionais, socioculturais, filosóficos e até religiosos que, embaralhados, culminam numa manifestação exacerbada contra si mesmo.

Existem causas imediatas predisponentes – como perda do emprego, enfermidade grave ou terminal, fracasso amoroso, morte de um ente querido ou falência financeira, mágoas e decepções dentre outras – que agem como o último empurrão para o suicídio. A análise das características psicossociais do indivíduo, porém, revela os motivos que, ao longo da vida, o auxiliaram a estruturar o comportamento suicida.

Fenômeno complexo, o suicídio configura um assassinato, em que vítima e agressor são a mesma pessoa. A definição de suicídio implica necessariamente um desejo consciente de morrer e a noção clara de que o ato executado pode resultar nisso.

O fato de estar consciente de que vai efetuar um ato suicida não elimina, no entanto, o estado de confusão mental que o indivíduo experimenta momentos antes da ação. Afinal, o suicida tem diante de si duas iniciativas complexas e contraditórias a conciliar naquele momento: tirar a vida e morrer. O suicídio ocorreria, então, num instante em que a pessoa se encontra quase fora de si, fragmentada, com os mecanismos de defesa do ego abalados e, por isso, “livre” para atacar a si mesma.

Há suicídios e suicídios. Por isso, os especialistas costumam avaliar a tentativa de se matar ou o ato propriamente dito a partir de duas variáveis: a intencionalidade e a letalidade. A primeira diz respeito à consciência e à voluntariedade no planejamento e na preparação do ato suicida. A segunda, ao grau de prejuízo físico que a pessoa se inflige. Existem casos em que o indivíduo demonstra evidente intenção de morrer e alto grau de letalidade, ao optar por um método eficiente. Em outras ocorrências, a vontade de morrer é fraca, apesar de voluntária, e o método escolhido é pouco prejudicial. Ou seja: há casos de suicidas propriamente ditos. E há casos em que a pessoa só está pedindo socorro, implorando para ser resgatada. E outros, cujo objetivo é mesmo acabar com a própria vida, por desconhecimento da maneira mais efetiva de causar danos graves a si mesmos, acabam sobrevivendo. É bom lembrar que em casos assim, se o candidato em potencial não receber tratamento adequado, poderá tentar novamente.

Dados da OMS indicam que o suicídio geralmente aparece associado a doenças mentais – sendo que a mais comum, atualmente, é a depressão, responsável por 30% dos casos relatados em todo o mundo. Estima-se que uma em cada quatro pessoas sofrerá de depressão ao longo da vida. Entre os subtipos, a depressão bipolar – em que fases de euforia e apatia profundas se alternam – parece ser a de maior risco. O alcoolismo responde por 18% dos casos de suicídio, a esquizofrenia por 14% e os transtornos de personalidade – como a personalidade limítrofe e a personalidade anti-social – por 13%. Os casos restantes são relacionados a outros diagnósticos psiquiátricos.

Estudos de autópsia psicológica (feitos com base em entrevistas com amigos, familiares e médicos do suicida) mostram que mais de 90% das pessoas que se mataram no mundo tinham alguma doença mental. Entretanto, doenças psiquiátricas não são condição suficiente para o comportamento suicida, já que outros fatores – emocionais, socioculturais e filosóficos – também entram em jogo. Na verdade, essas doenças provocam uma vulnerabilidade maior ao suicídio. É comum que a pessoa, quando está com depressão, tenha pensamentos pessimistas, ache que a vida não vale a pena e que talvez fosse melhor morrer, mas a maioria dos deprimidos não tentará se matar. Somente os mais impulsivos e agressivos procuram o suicídio.

Pode ser que, em algum momento de nossas vidas, desconfiemos de que alguém próximo está pensando em suicidar-se em decorrência de um grande sofrimento. Diante dessa situação, o sentimento de impotência pode se fazer presente, fazendo-nos acreditar que não há como intervir, uma vez que a pessoa parece já ter decidido encerrar a própria vida. Entretanto, ao contrário do que o senso comum tende a reproduzir, existem diversas maneiras de auxiliar essa pessoa.

Se há uma desconfiança, é importante que se converse diretamente com a pessoa que está sofrendo. Um diálogo aberto, respeitoso, empático e compreensivo pode fazer a diferença. Procurar saber como a pessoa está, o que tem feito ultimamente, como está se sentindo. O foco da conversa deve ser o outro, portanto, não é recomendável: falar muito sobre si mesmo, oferecer soluções simples para os problemas que a pessoa relatar e desmerecer o que ela sente.

Essa conversa pode obter melhores resultados se for feita em um lugar tranquilo, sem pressa, respeitando o tempo da pessoa para se abrir. Caso a pessoa se sinta à vontade para compartilhar o seu sofrimento, não é indicado: rechaçar (“Credo, isso é pecado!”), esboçar expressões de choque (“Não acredito que você tá pensando nisso!”) e reprimir, caso o choro venha (“Pra que chorar? Você sempre teve tudo do bom e do melhor!”).

A escuta ativa deve sempre estar presente nesses diálogos. Uma escuta ativa consiste em realmente ouvir e compreender o que o outro diz, não apenas esperar uma pausa para poder respondê-lo. Isso não significa, no entanto, deixar a pessoa falando sozinha. Algumas pontuações que podem ser feitas consistem em: fazer perguntas abertas; fazer um breve resumo do que a pessoa falou, de tempos em tempos, para que ela saiba que você está atento ao que ela diz; retornar a algum ponto que não tenha ficado claro e tentar, ao máximo, escutá-la sem julgamentos.

Oferecer suporte emocional e informar sobre a ajuda profissional, bem como se mostrar à disposição, caso ela queira conversar novamente, são pontos importantes. Se a pessoa falar claramente sobre os seus planos de se matar e parece estar decidida quanto a isso, é primordial que ela não seja deixada sozinha. Podem ser contatados os serviços de saúde mental e familiares/amigos da pessoa. Pode ser necessário que ela fique em um ambiente seguro, sendo auxiliada por um profissional.

Se você perceber que a pessoa não se sente à vontade para se abrir, deixe claro que você estará disponível para conversar em outras oportunidades. Você também pode indicar os serviços oferecidos pelo CVV, disponível em www.cvv.org.br, que trabalha para promover o bem estar das pessoas e prevenir o suicídio, em total sigilo, 24h por dia.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Lei Maria da Penha completando 12 anos. Muita coisa mudou nos últimos anos e o nosso desejo é de que o cerco feche-se ainda mais para os machões de plantão, aqueles que adoram judiar e maltratar de suas próprias companheiras. Uma covardia sem precedentes que faz parte da história, mas que felizmente está com o dias contados.

Quem nunca praticou atos de covardia com uma mulher, talvez possa achar a Lei Maria da Penha, algo inócuo, mas a realidade grita em silêncio há anos. Existem muitos homens machões de plantão que praticam violência contra as próprias mulheres, tanto físicas quanto morais e psicológicas. Sobre a Lei Maria da Penha, ela foi sancionada em agosto de 2006. Trata-se da Lei nº 11.340  que foi um importante marco para a defesa dos direitos das mulheres no Brasil. Conhecida pelo nome popular de Lei Maria da Penha, a legislação que pune os autores de violência no ambiente familiar está completando hoje, dia 07/08, 12 anos de existência. Deste o princípio, a lei foi bem vinda, estimulando as mulheres a denunciar sem medo.
 O nome popular foi dado em homenagem à farmacêutica Maria da Penha Fernandes(foto). Em 1982, seu marido tentou assassiná-la duas vezes. Na primeira tentativa, ela ficou paralítica após levar um tiro nas costas. Apesar do crime, o julgamento contra o ex-marido transcorreu lentamento, como quase tudo por aqui caminha lentamente e às vezes nem caminha e Maria da Penha decidiu, em 1998, denunciar o caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos. O Brasil foi condenado pela Corte que recomendou a criação de uma legislação para prevenir e punir casos de violência doméstica. Aos poucos, as Delegacias da Mulher foram surgindo aqui e alí, encorajando as mulheres a denunciar. Hoje, não são todas que denunciam. A maioria ainda tem receio, não quer os filhos, a família ou mesmo para não expor a própria imagem a situações vexatórias, preferindo o sofrimento em silêncio. As ameaças pós agressões também são comuns. Para que tenhamos uma idéias vamos saber um pouco sobre a Lei Maria da Penha. 
A Lei nº 11.340 classifica como violência doméstica e familiar contra a mulher ações ou omissões baseada no gênero causem morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial nos âmbitos: da unidade doméstica, que compreende o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar; da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados; e em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor tenha convivido com a ofendida.

Em pouco mais de uma década de vigência, a Lei motivou o aumento das denúncias de casos de violação de direitos. Segundo o Ministério dos Direitos Humanos (MDH), que administra a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, o Ligue 180, foram registradas no primeiro semestre deste ano quase 73 mil denúncias. O resultado é bem maior do que o registrado (12 mil denúncias) em 2006, primeiro ano de funcionamento da Central.
As principais agressões denunciadas são cárcere privado, violência física, psicológica, obstétrica, sexual, moral, patrimonial, tráfico de pessoas, homicídio e assédio no esporte. As denúncias também podem ser registradas pessoalmente nas delegacias especializadas em crime contra a mulher. (Delegacia da Mulher)
A partir da sanção da Lei Maria da Penha, o Código Penal passou a prever estes tipos de agressão como crimes, que geralmente antecedem agressões fatais. O código também estabelece que os agressores sejam presos em flagrante ou tenham prisão preventiva decretada se ameaçarem a integridade física da mulher.
Pela primeira vez, a Lei também permitiu que a justiça adote medidas de proteção para mulheres que são ameaçadas e correm risco de morte. Entre as medidas protetivas está o afastamento do agressor da casa da vítima ou a proibição de se aproximar da mulher agredida e de seus filhos.

Além de crime, a Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda considera a violência contra a mulher um grave problema de saúde pública, que atinge mulheres de todas as classes sociais.
Infelizmente, nem tudo ainda é positivo. Apesar de ter estabelecido uma maior punição, de as Delegadas serem firmes com os agressores,  muitos deles ainda ignoram as consequências das alterações. O número de processos que tramita no judiciário no tema violência contra mulher chega a quase 1 milhão. Do total, cerca de 10 mil casos são de feminicídio. A nossa torcida e para que as mulheres não fiquem caladas. Esse estado de coisas, efetivamente precisa ter um fim. 

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Várias questões muito comuns em todo mundo, nos deixam sempre pensativos. Uma delas é a febre estética.

Não sou contra quem queira cuidar da saúde, da aparência, da beleza. Isso faz parte da natureza das mulheres e até de alguns homens sejam eles metrossexuais, vaidosos ou aqueles que são cuidadosos com a imagem. A questão, quando o assunto é cirurgia estética, está nos riscos a saúde, para a vida e até nos resultados que nem sempre são satisfatórios ou positivos. Quando dá certa e fica como pensamos é maravilhoso, mas quando dá errado....hunnn!


Existem mulheres que investem horrores em procedimentos estéticos. Algumas querem melhorar alguma parte do corpo que causa incômodo. Bumbum, nariz, barriga, seios, lábios e outros ponto que nem sempre são perceptíveis para as pessoas, mas que incomoda o dono ou a dona do que pode ser considerado um (digamos) defeito estético. Há quem tenha investimentos milhares de dólares na intenção de mudar a imagem ou o perfil. Muitos casos são um sucesso e outros, nem tanto, acabam entristecendo o paciente.
Cirurgias estéticas são absolutamente comuns para quem pode pagar. O pior é que algumas pessoas nem podem pagar, mas dão um jeito e submetem-se aos procedimentos indicados ou desejados. Muitos procedimentos são arriscados como assistimos ao longo dos anos e continuamos a assistir. São casos onde o risco de morte é grande bem como risco de mutilação ou de a cirurgia ser um fracasso. Por outro lado, existem os profissionais sérios e especializados e até os famosos, mas como o custo fica bem maior, muitos preferem serviços de profissionais duvidosos ou inabilitados, pseudo profissionais da área. Casos bem sucedidos existem muitos, inclusive com a melhora da autoestima da pessoa, mas também existem muitos casos onde os pacientes ficaram bizarros. Passeio pelo google que você vai perceber do que estou fazendo referência.

Se toda cirurgia tem riscos, imagine feita por um picareta? Normalmente as pessoas passam por cirurgias estéticas, não para agradar os outros, mas muitas vezes para agradar a elas mesmas, tendo como base conceitos estéticos que considera ideais.
Aceitar-se, antes de querer agradar a quem quer que seja, é a grande sacada de todos os tempos. Muitas vezes somos levados por uma recusa da própria imagem, pela opinião dos outros e até mesmo por padrões estéticos que não são tão importantes quanto a gente pensa que sejam. Cautela e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém.