sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

SONO PERDIDO É SONO IRRECUPERÁVEL. NÃO ADIANTA DORMIR O DOBRO NO DIA SEGUINTE. O ORGANISMO SEMPRE COBRA LÁ NA FRENTE, OS ABUSOS COMETIDOS NO PASSADO

Um sono de qualidade é fundamental para uma boa saúde. E isso é realidade. Soube também que as pessoas que tem o hábito de dormir pouco, acabam pagando com a própria vida. Uma noite mal dormida ou perdida jamais pode ser recuperada. Quero tratar de uma questão importante, que afeta milhares e milhares de brasileiros, inclusive a mim que é a famigerada apneia do sono. São vários tipos. Começo abordando a definição de apneia. A definição da Academia Americana de Medicina do Sono (AAMS) para a SAHOS é: Episódios recorrentes de obstrução parcial ou total das vias aéreas superiores durante o sono. Manifesta-se como uma redução (hipopneia) ou cessação completa (apneia) do fluxo aéreo, apesar da manutenção dos esforços inspiratórios. A falta de uma ventilação adequada resulta em dessaturação da oxi-hemoglobina e casos de eventos prolongados, em hipercapnia, terminando com os despertares que levam à fragmentação do sono. Acredita-se que dentre os sintomas diurnos, a sonolência excessiva, relaciona-se com a fragmentação do sono e também com a hipoxemia recorrente. Os principais fatores de risco para SAHOS são: Obesidade, gênero masculino e envelhecimento. A obesidade assume papel especial por estar presente em aproximadamente 70% dos pacientes apneicos e, por ser um fator de risco reversível para SAHOS. Em obesos mórbidos, a prevalência pode chegar a 80 e 50% nos gêneros masculino e feminino, respectivamente. Esta síndrome tem sido alvo de atenção crescente, devido a suas sequelas cardiovasculares e neurocognitivas; entretanto a maioria dos pacientes não são diagnosticados.Outro achado relevante na SAHOS é sua maior prevalência em indivíduos de meia idade e do sexo masculino. Incide de 7 a 10 vezes mais que nas mulheres. A sintomatologia na mulher pode ser diferente, pois a fadiga predomina sobre a sonolência. Apneia do sono está geralmente associada ao ronco e produzem alterações na frequência cardíaca, pressão sanguínea e oxigenação do sangue, tipicamente terminando com um microdespertar. Apneias recorrentes impedem os pacientes de entrarem nas fases profundas do sono, gerando uma sensação de sono não-reparador e sonolência diurna excessiva. Embora as queixas mais comuns sejam o ronco e a sonolência diurna, os pacientes também podem apresentar episódios de sufocamento, dor de cabeça matinal, insônia, sudorese noturna, acordar várias vezes para urinar durante a noite e disfunção sexual. Também podem ser notados problemas relacionados ao sistema cardiovascular como hipertensão arterial e arritmias durante o sono.A Polissonografia Assistida é o padrão ouro para o diagnóstico desta Síndrome, a SAHOS, que é classificada como leve, moderada e grave de acordo com os índices de apneia e hipopneia (IAH) por hora de sono.
Apneia Leve:
O paciente apresenta entre 5 a 15 IAH/hora - A sonolência diurna ou episódios de sono involuntários ocorrem durante atividades que requerem pouca atenção. Ex.: Assistir televisão, ler, andar em veículo como passageiro.
Apneia Moderada:
Apresenta entre 15 a 30 IAH/hora - Os sintomas produzem discreta alteração da função social ou ocupacional, os episódios de sono ocorrem durante atividades que requerem alguma atenção. Ex.: Assistir eventos sociaiS.
Apneia Grave:
Apresenta acima de 30 IAH/hora - A sonolência diurna ou os episódios de sono voluntário ocorrem em atividades que requerem maior atenção. Ex.: Comer, dirigir, conversar.
Tratamento:
O principal tratamento da SAHOS foi empregado por Sullivan em 1981 e consiste no emprego da Pressão Aérea Positiva pelo CPAP (Continous Positive Airway Pressure), aplicada nas vias aéreas superiores por intermédio de uma máscara nasal, impedindo o colabamento da faringe. Atualmente tem sido a modalidade terapêutica de escolha para a SAHOS moderada ou grave. A qualidade do sono influencia muito nossa vida diária. Geralmente a sonolência excessiva que é sentida durante o dia, é reflexo de uma noite mal dormida, ou mesmo de algum distúrbio de sono que é desconhecido pelo paciente. Fique atento. Se for o caso, converse com o seu médico sobre a possibilidade de fazer uma polissonografia.