sábado, 15 de maio de 2010

Estar só é bem diferente de ser solitário.

Só e solitário.Diferenças brutais.

*1)Estar sozinho – será que sentimos essa necessidade?
Quando decidimos em vivenciar “ficar sozinho” em algum momento no percurso da vida - isso faz em alguns instantes o nosso desejo de nos encontrarmos e estabelecer um vínculo do auto-reconhecimento das possibilidades que renasce em nós mesmos.
Como criar uma relação interna se as relações externas demandam muito de nosso tempo? Como conversar comigo mesmo sem ser atrapalhado pelos ruídos exteriores, cada vez mais fortes? Como dizer ao resto do mundo: “Agora não posso, estou ocupado comigo mesmo!”?

*2)Quem entenderia esse sentimento se a todo instante somos impedido algumas vezes pelas pessoas que não entendem a escolha de distanciar, de ficar quieto, adormecidos pelos pensamentos que vagam, mas um processo de construção. Estar só, não por imposição, mas por opção, é a única chance em que o estar só não se transforma em um sofrimento, nem faz surgir aquele sentimento maldito de abandono e de desespero.
*3)Pois é, às vezes nós precisamos do outro até para ficarmos sozinhos. Essa aparente incongruência é uma herança de nossa história humana, em que a sobrevivência de cada um dependia do grupo. Ainda depende, mas o coletivo às vezes faz o contrário, e acaba matando o individual. É quando você perde o valor de sua própria essência e passa a ser apenas parte de um todo
*4)Nesse caso, seus valores são os valores do grupo, seus sonhos são sonhados em conjunto, seus medos são compartilhados porque são comuns. E você é levado pela onda e deixa de ser você mesmo, uma vez que não se dá o direito de ficar só, e, aliás, nem acha que isso tem alguma importância. Sinal de “alerta”! Você pode estar com a síndrome do coletivismo, que faz a pessoa sentir-se segura apenas quando está acompanhada. Equivale a ter medo de si mesmo.
Por isso, até em respeito ao outro, precisamos criar os momentos para estarmos apenas conosco, sem depender de outras pessoa; ou apesar delas.

*5)Há meios clássicos, como retiros, mosteiros e templos das várias religiões, mas eles são apenas isso “meio”. De nada adiantarão se a pessoa não criar a consciência do estar só, que é diferente de ser solitário. A priori, entender essa diferença é o primeiro passo