sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Em tempos de alegria e festa, quero ir na contramão para analisar e nossa finitude.

Como a morte faz parte da vida, não adianta tentarmos ignorá-la. Ela é sempre muito presente enquanto vivemos. As incompreensões sobre a finitude são o maior incomodo e motivo de dor da humidade desde os primórdios. Como, quase nunca compreendemos ao certo a morte, existem muitas formas de análise desde as filosóficas passando pelas do espírito até as cristãs. Como, quase nunca chegamos a um ponto, preferimos acreditar nos desígnios de Deus, que age sempre para que o pior não aconteça, e nos parece bem confortante.
Morte
Passagem de plano. A “alma” é a visão horizontal do homem com o mundo. O “espírito” é a visão vertical do homem com Deus. Portanto, a passagem se dá quando o nosso espírito deixa o corpo carnal e destrutível, quando a ânima deixa de existir e passa a fazer parte do luz ou do divino. Esse mesmo espírito, pode ir para a luz ou pode ficar por um tempo dependendo de como a pessoa enxergava ou era apegada as coisas terrenas. para os que exercitam o pensamento reflexivo e a intelectualidade, esse apego com bens e coisas da terra são parcos.
O lamento
As lamentações das pessoas próximas chega a causar grandes comoções em muitos momentos,
pois ficamos recordando os melhores momentos, atitudes, palavras edificantes e até histórias bem humoradas do falecido.
Desculpas para a morte.
Sabemos que são quase que infinitas as desculpas para a morte que já ouvimos em tantos e tantos velórios de pessoas próximas ou pessoas queridas. Além do pesar, existem também o nosso modo de tentar arranjar desculpas para morte. Algumas frases das mais ouvidas: 1) Se ele não tivesse ido de carro não teria se acidentado, 2) Se tivesse sido cuidadoso não entrado em fria,  3) Se tivesse procurado o medico antes não teria acontecido, 4) Se não tivesse se envolvido com gente que não presta, não teria acontecido isso, 5) Se tivesse me ouvido, estaria vivo, 6) Se não tivesse feito loucura, não teria morrido, 7) Se tivesse sido socorrido a tempo, teria sobrevivido e tantas outras que a gente ouve sempre. Desculpas para morte são sempre para nos confortar, mas não passam de maneiras de mascarar uma profunda dor.
O Choro
As lágrimas são uma maneira de o coração exprimir o que sente. Ainda assim, os sentimentos variam. Há os que choram por culpabilité, os que choram pela perda, os que chorar para aliviar a dor, os que choram para consolar o espírito, os que choram para minorar a aflição, os que chorar não amor e os que choram pelo fato de estarem órfão de algum modo.    
A Despedida
Quando o caixão é lacrado, a dor fica ainda mais latente. Enquanto se processa o velório, os sentimentos vão passando por variações, vamos formatando regiões do cérebro para se conformar com a perda, nos apegamos a religiosidade e a promessa de vida eterna para atenuar essa dor. Em que pese seja um momento de profunda dor, mesmo não acreditando no passamento, ainda assim, o corpo está lí. Porém no momento em que o caixão é lacrado e processa-se o sepultamento ou enterro, o desespero aumento, pois o clic do cérebro informa a separação em definitivo e para sempre, do ponto de vista terreno. Resta portando o reencontro do ponto de vista espiritual.
O Vazio
Depois do sepultamento, vem as despedidas, as últimas palavras e o vazio profundo. Para os parente próximos, a dor de voltar para casa e de ver as coisas do falecido. O processamento da nova forma de viver a partir de então, se dá aos poucos. Vamos nos conformando, aos poucos. As palavras de conforto ajudam, sempre ajudam mas o vazio quem vai preencher mesmo é Deus que com a sua misericórdia aplaca a dor dos que ficam e acolhe o que partem. Sempre foi assim e assim continuará sendo.