terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER. POR QUE OS HOMENS AGRIDEM TANTO? APESAR DO RIGOR DA LEI OS CASOS CONTINUAM SENDO REGISTRADOS.

Até onde vai essa onda de violência contra as mulheres. Por que? Homens agridem mulheres gratuitamente pra que? Apesar do rigor da lei, os casos continuam.

A violência contra as mulheres é uma questão grave e complexa que persiste em muitas sociedades ao redor do mundo. É importante reconhecer que não há uma única resposta para essa pergunta, pois as motivações por trás da violência podem variar de acordo com diferentes contextos culturais, sociais e individuais. No entanto, algumas razões comuns que podem contribuir para essa onda de violência incluem:

  1. Desigualdade de gênero: A violência contra as mulheres está enraizada em estruturas sociais desiguais e na persistência de estereótipos de gênero prejudiciais. A sociedade muitas vezes perpetua normas que colocam as mulheres em posições de submissão e inferioridade em relação aos homens, criando um ambiente propício para a violência.

  2. Cultura do machismo: A cultura patriarcal e o machismo são fatores que contribuem para a violência contra as mulheres. A ideia de que os homens têm o direito de controlar, dominar e até mesmo punir as mulheres é prejudicial e perpetua a violência de gênero.

  3. Falta de educação e conscientização: A falta de educação sobre igualdade de gênero e o respeito mútuo pode levar à perpetuação de comportamentos violentos. A conscientização e a educação são fundamentais para desafiar e mudar as atitudes e crenças que sustentam a violência contra as mulheres.

  4. Impunidade e falta de apoio às vítimas: A impunidade dos agressores e a falta de apoio às vítimas de violência podem contribuir para a continuidade desses atos. É essencial que as leis sejam aplicadas de maneira efetiva, que as vítimas recebam o apoio necessário e que existam serviços e recursos disponíveis para ajudá-las.

  5. Problemas de saúde mental e uso de substâncias: Em alguns casos, problemas de saúde mental, abuso de álcool e drogas podem estar associados à violência contra as mulheres. Esses fatores podem influenciar comportamentos violentos e aumentar o risco de agressão.

É importante lembrar que a violência contra as mulheres não é inevitável e não deve ser tolerada. A luta contra a violência de gênero requer ações coletivas e individuais, incluindo a educação, a conscientização, a promoção da igualdade de gênero, a implementação de leis eficazes, o apoio às vítimas e o envolvimento de toda a sociedade na mudança de atitudes e comportamentos prejudiciais.

O local mais inseguro para a mulher brasileira vítima de violência é a própria casa. E o agressor está dentro do ambiente doméstico: 76% das agressões são cometidas por conhecidos (namorado, cônjuge, companheiro, vizinho ou ex). A violência é também silenciosa: entre as que sofrem violência, metade (52%) se calou e não fez nada. Somente 15% procuraram ajuda da família e 10,3% buscaram uma delegacia da mulher.
A pesquisa Violência Contra as Mulheres, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ouviu 2.084 pessoas nos dias 4 e 5 sobre situações vividas por elas nos últimos 12 meses no País. Na 2 .ª edição, o estudo descreve impactos e o perfil de vítimas de violência física e psicológica.
"O espaço doméstico não é seguro para boa parte das brasileiras", diz Samira Bueno, diretora executiva do Fórum. "É seguro para o agressor, onde se sente mais à vontade para agredir que na rua", afirma. "Tampouco o espaço público é seguro para a mulher, onde ela sofre assédio. Temos falado muito de violência em balada, em carnaval, em festas em si, mas a mulher está sendo assediada no transporte público, indo para o trabalho, voltando da escola e da faculdade."
Em 2018, por hora, ao menos 1.826 mulheres foram vítimas de algum tipo de violência no Brasil. Ao todo, foram 16 milhões de brasileiras (27,4%) que sofreram algum tipo de violência. A maioria foi vítima de ofensa verbal, como insulto, humilhação ou xingamento. Entre as que mais relatam agressões estão as jovens de 16 a 24 anos.
O total de vítimas de assédio é ainda maior: 22 milhões das brasileiras com 16 anos ou mais relatam ter sofrido algum assédio em 2018. Vítimas com ensino médio e superior relatam mais terem sofrido algum tipo de assédio do que aquelas com fundamental. O caso mais comum (32,1%), citado por 19 milhões delas, é de comentários desrespeitosos na rua.
O fato de mulheres com mais escolaridade se dizerem vítimas de assédio em maior número tem a ver com o "reconhecimento da violência", segundo Samira. "O mesmo se dá com a faixa etária. Pode ser que, de fato, as jovens experimentem mais violência do que as mais velhas, mas também pode ser que as jovens estão muito menos tolerantes à violência."
Em 2018, ao menos 4,7 milhões sofreram agressão física, chute, batida ou empurrão _ 536 casos por hora. Na pesquisa de 2017, eram 503 a cada hora. Também no ano passado, ao menos 4,6 milhões foram agredidas fisicamente por motivos sexuais, o que se enquadra na nova lei de importunação sexual.
Percepção
Em 2017 e no ano passado, homens e mulheres foram questionados se haviam visto, nos últimos 12 meses, casos de violência contra a mulher no seu bairro ou na comunidade. Em 2018, 59% da população disse ter visto ao menos uma. Em relação a 2017, houve queda de 10%. Já a percepção da própria vítima se manteve entre as pesquisas. Questionários foram aplicados só às entrevistadas, que apontaram os tipos de violência: de ofensa verbal a espancamento, de ameaça com faca ou arma de fogo, até empurrão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.