sábado, 24 de junho de 2023

TODOS SOMOS CARENTES DE ALGUM MODO, PORÉM NÃO PODEMOS PERDER O DICERNIMENTO POR CAUSA DISSO.

 

A carência é uma condição humana universal. Todos nós, em algum momento, experimentamos a sensação de necessidade emocional ou falta de algo em nossas vidas. Pode ser carência afetiva, carência de reconhecimento, carência de amor próprio, entre outras formas. No entanto, é fundamental compreender que, embora sejamos carentes, não devemos permitir que essa carência influencie negativamente nosso discernimento e tomada de decisões.

Quando estamos carentes, corremos o risco de buscar preencher essa lacuna de forma indiscriminada e muitas vezes inadequada. Podemos nos tornar mais suscetíveis a relacionamentos tóxicos, buscar aprovação e validação externa de forma excessiva, tomar decisões precipitadas ou comprometer nossos valores e princípios para suprir essa carência. É nesse momento que a nossa capacidade de discernimento é posta à prova.

O discernimento é a habilidade de avaliar e tomar decisões com sabedoria, baseado em critérios e princípios que consideramos valiosos. Ele nos permite diferenciar entre o que é benéfico e saudável para nós e o que pode ser prejudicial ou contraproducente. No entanto, quando estamos dominados pela carência, nossa capacidade de discernir pode ficar comprometida.

É essencial reconhecer que as carências não podem ser ignoradas, pois são indicadores de necessidades emocionais legítimas. Elas podem nos ajudar a identificar áreas em que precisamos desenvolver e fortalecer, buscando formas saudáveis de suprir essas necessidades. É importante cultivar o autoconhecimento e a autocompaixão, reconhecendo nossas carências, mas também entendendo que elas não devem ser a única força motriz em nossas decisões.

Para preservar nossa capacidade de discernimento diante das carências, é importante buscar um equilíbrio saudável. Isso envolve cuidar de nós mesmos, cultivar relacionamentos saudáveis, buscar o apoio emocional adequado e desenvolver um senso de autonomia e amor próprio. Ao fortalecer esses aspectos, estaremos mais preparados para tomar decisões conscientes e assertivas, independentemente das carências que possamos sentir.

Além disso, é fundamental lembrar que as carências não devem ser uma desculpa para aceitar menos do que merecemos. Devemos estabelecer limites saudáveis, ter clareza sobre nossos valores e objetivos, e buscar relacionamentos e situações que estejam alinhados com esses princípios. Não devemos permitir que as carências nos levem a aceitar qualquer coisa, mas sim nos motivar a buscar o que é verdadeiramente benéfico e satisfatório para nós.

Em suma, embora todos sejamos carentes de alguma forma, é essencial não permitir que essas carências diminuam nossa capacidade de discernimento. Devemos reconhecer nossas carências, mas também buscar um equilíbrio saudável, fortalecendo nossa autonomia, cuidando de nós mesmos e estabelecendo limites adequados. Ao fazer isso, estaremos mais aptos a tomar decisões conscientes e assertivas, buscando o que é genuinamente benéfico para nossa felicidade e bem-estar emocional. Precisamos lembrar que nossas carências não devem nos definir ou nos limitar, mas sim nos impulsionar a buscar formas saudáveis de supri-las.

É importante também desenvolver a habilidade de discernir entre soluções temporárias e duradouras para nossas carências. Muitas vezes, podemos ser tentados a buscar preenchimento imediato e superficial, como compras impulsivas, relacionamentos passageiros ou comportamentos autodestrutivos. No entanto, essas soluções apenas mascaram temporariamente nossas carências e não proporcionam uma satisfação genuína e duradoura.

Em contrapartida, quando cultivamos o discernimento, somos capazes de tomar decisões mais conscientes e assertivas. Podemos buscar apoio emocional através de terapia, grupos de apoio ou conversas honestas com pessoas de confiança. Podemos investir em nosso crescimento pessoal, desenvolvendo habilidades, buscando novas experiências e expandindo nossos horizontes. Podemos também nutrir relacionamentos saudáveis e significativos, onde há reciprocidade, respeito e apoio mútuo.

Ao agir com discernimento, reconhecemos que suprir nossas carências não é uma tarefa fácil ou instantânea. Requer tempo, esforço e paciência. Podemos encontrar obstáculos e recaídas ao longo do caminho, mas o importante é persistir e buscar formas saudáveis de nutrir nosso bem-estar emocional.

É válido ressaltar que as carências não são algo negativo em si mesmas. Elas são um reflexo de nossa humanidade e da nossa busca por conexão, afeto e significado. No entanto, é essencial não permitir que elas nos dominem ou nos levem a tomar decisões imprudentes. O desenvolvimento do discernimento nos capacita a olhar além das carências imediatas e a buscar soluções mais profundas e gratificantes.

Portanto, em vez de sermos controlados pelas carências, devemos reconhecê-las como um chamado para cultivar nosso crescimento pessoal, nutrir relacionamentos saudáveis e buscar uma vida plena de significado e bem-estar emocional. Ao agirmos com discernimento, nos tornamos protagonistas de nossa própria jornada, capazes de tomar decisões conscientes e alinhadas com nossos valores e objetivos.