domingo, 19 de novembro de 2017

O preço da gasolina que está deixando o brasileiro de cabelos em pé, mexe no bolso, no psicológico de quem vai abastacer pois sente-se cada dia mais pobre e vira um efeito dominó, interferindo nos preços de todos os produtos e serviços ligados de uma maneira ou outra ao preço dos combustíveis. Faça uma rápida viagem comigo.

A Gasolina brasileira, além de qualidade duvidosa com uma concentração muito alta de álcool está com o preço médio acima de R$ 3,80 na maior parte do país, e chegando as rais dos 5 reais em algumas localidades do país,(dependendo do tipo da gasolina escolhida). Tudo isso, justamente em um momento em que o preço da gasolina está em queda no resto do mundo. O que podemos concluir com isso?

Vamos fazer igual o quartejador. Vamos por parte. (só pra descontrair a dramaticidade do fato).

As intervenções diretas do governo são claras e visíveis. Sabemos disso. Porém o retorno da CIDE e a decisão da Petrobras de aumentar o preço para refazer seu caixa, arregaçado pela corrupção instalada há anos e anos na Estatal, tem nos deixado perplexos, e não é de hoje.

Algumas ontribuições do governo brasileiro para o elevado preço da gasolina e para a qualidade do produto:

O setor energético é certamente um dos mais regulados da economia brasileira.  Começa pelo fato de a Petrobras deter um monopólio prático da extração de petróleo.  Após mais de 40 anos de monopólio jurídico (quebrado apenas em 1997), a Petrobras já se apossou das melhores jazidas do país.  Nem tem como alguém concorrer.

Só para lembrar, depois da Petrobras, vem a ANP (Agência Nacional de Petróleo), cuja função autoproclamada é a de fiscalizar todo o setor petrolífero brasileiro, inclusive os setores de comercialização de petróleo e seus derivados, e o de abastecimento.

Havemos de ressaltar ainda, toda uma famigerada onda de regulamentações ambientais, trabalhistas e de segurança que fazem com que abrir um posto de combustíveis seja uma atividade bastante restrita

Caso todos os impostos sobre a gasolina (PIS, Cofins, CIDE e ICMS) fossem abolidos, o preço do litro, hoje, cairia 53%, que é exatamente a carga tributária desses impostos que incidem sobre a gasolina.

Uma carga tributária tão voraz como esta incidindo sobre os preços estimula a criação de todo tipos de método burlesco que possibilita a obtenção de um máximo de receitas com um menor volume possível de vendas do produto real. Quer um exemplo?  A gasolina batizada. Temos tão conhecido por nós.

O argumento é que o diesel é um "combustível social" por ser utilizado no transporte público e no transporte de cargas. Os empresários donos de concessões de ônibus e de transportadoras agradecem. Por conta desse subsídio ao diesel, é proibida a circulação de carros de passeio movidos a diesel.

Quem já foi à Europa sabe que veículos de passeio a diesel não apenas são muito comuns por lá.

No Brasil, os únicos automóveis que podem utilizar o diesel são aqueles vistosos utilitários, de propriedade apenas dos mais ricos.  Justamente por serem considerados "veículos utilitários", e não veículos de passeio. Casos das caminhontes,  inclusive as de luxo.

Quanto ao teor de álcool na gasolina, analise comigo. quanto maior o volume de álcool na gasolina, maior é o consumo, pois o álcool possui menos poder calorífico em relação à gasolina. Isso faz com que seja necessária uma maior quantidade de combustível para que o motor realize o mesmo trabalho.  Ou seja, seu carro consumirá mais e você terá de reabastecer com mais frequência.

Quer mais? O álcool é péssimo para o motor, pois é corrosivo. Isso afeta tanto a bomba de combustível do carro quanto a vida útil dos componentes do sistema de injeção. Os motores a gasolina, caso do meu carro, não foram calibrados para tamanho teor de álcool, e nenhuma pesquisa de campo concluiu que os microprocessadores da injeção eletrônica têm a capacidade de processar uma mistura contendo mais de 25% de álcool para chegar a uma mistura ar-combustível ideal.  Consequentemente, haverá a tendência de a mistura ar-combustível ficar mais pobre, gerando redução de potência e hesitações sob aceleração. 

Se você quiser continuar comprando gasolina com "apenas" 25% de álcool, você terá de desembolsar mais para comprar a gasolina Premium, que não foi agraciada com essa resolução do governo.  Seu litro custa bem acima de R$ 4 na maioria das cidades brasileiras. Neste domingo, eu paguei R$ 4,20.

Atenção: utilizar essa nova gasolina com 27% de álcool em motores anteriores a 2003 pode ser um risco, pois as peças desses motores não foram fabricadas para suportar esse ataque químico. 

Como consequência disso tudo, no Brasil, todo proprietário de veículo de passeio, de um simples Corsa até o Ford Fusion, é obrigado a colocar álcool no seu carro.

Nos EUA, cujo setor petrolífero é dominado por empresas privadas "malvadas e gananciosas", o preço da gasolina caiu e voltou ao mesmo valor nominal de dez anos atrás.  Hoje, um litro de gasolina nos EUA está custando, em média, R$ 1,90.  Já no Brasil, cujo setor petrolífero é controlado por uma estatal que ama os pobres, o preço da gasolina está hoje no maior valor da história do real, ultrapassando a casa dos R$ 4,00 reais o litro. Onde vamos parar?