segunda-feira, 19 de julho de 2021

ACIDENTES DOMÉSTICOS TEM SIDO CADA VEZ MAIS FREQUENTES. OS IDOSOS SÃO OS MAIS PREJUDICADOS.

Todos os dias temos notícias dessa natureza envolvendo pessoas conhecidas. Pode apostar que todo cuidado é pouco. As quedas tem provocado milhares de mortes. Elas ocorrem com pessoas com mais de 60 anos de idade. As causas de quedas em idosos são divididas entre fatores intrínsecos e extrínsecos. Intrínsecos são aqueles elementos que estão ligados à própria pessoa - sua saúde, doenças, hábitos, condição física, dieta, entre outros elementos. Já os extrínsecos são aqueles elementos externos, como piso, condição de vias públicas, calçados utilizados, decoração dos ambientes etc. Dentre as principais causas intrínsecas estão: AVC, hipotensão, anemia, polipatologias, alteração na visão e/ou no equilíbrio, uso excessivo ou equivocado de medicamentos e, principalmente, condições que alteram a marcha do idoso. Ou seja: caminhar com alguma dificuldade, perda de força muscular (especialmente nas pernas) e falta de elasticidade e resistência são condições que demandam atenção do idoso e de seus familiares. Já as causas intrínsecas representam um perigo tão grande quanto os problemas de saúde, mas com uma natureza diferente - muitas vezes, esses fatores de risco acabam passando despercebidos. Pisos escorregadios, calçamento irregular, escadas, tapetes, excesso de móveis nos ambientes e até mesmo um calçado com solado gasto podem proporcionar uma queda. Por isso é fundamental prestar atenção a esses detalhes e adaptar os ambientes para que proporcionem mais segurança, não apenas ao caminhar na rua, mas também dentro do lar: sete entre 10 quedas acontecem dentro de casa ou mesmo dentro de uma Instituição de Longa Permanência da (ILPI). Se as causas de quedas na terceira idade são diversas e estão presentes no cotidiano, por outro lado as sequelas desse tipo de acidente podem ir muito além de um simples machucado ou hematoma. Em todo o mundo, 373 milhões de quedas são graves o suficiente para exigir atenção médica. Fraturas - especialmente a de fêmur, muito grave na terceira idade -, perda de mobilidade, institucionalização, perda da independência e até mesmo problemas psicológicos (ansiedade, medo, isolamento e depressão) estão entre as consequências comuns de quedas. Falta de estrutura é fator agravante. Pode apostar nisso. Segundo dados do IBGE, em 2060 um em cada quatro brasileiros terá 65 anos ou mais. Além de reafirmar o processo de envelhecimento populacional que vem ocorrendo não apenas no Brasil como em todo o mundo, esse dado também gera o questionamento de como será a vida dessa população idosa. A falta de estrutura pública, com relação a acessibilidade de locais e vias, é um fator que agrava as chances de queda na terceira idade e que, caso não seja solucionado, tende a se tornar ainda mais problemático conforme a população envelhece.Além disso, outro ponto que merece atenção é a rotina e a qualidade de vida da população na terceira idade. Muitos idosos buscam envelhecer em seus lares (fenômeno que os americanos chamam de Aging In Place), tendo uma vida ativa e independente. Isso, no entanto, representa insegurança para os familiares e aumenta os ricos de que um acidente ocorra sem que alguém possa ajudar o idoso que mora sozinho. No outro lado desse espectro estão aqueles idosos que moram com familiares mas que, dentro da dinâmica familiar em que se enquadram, não possuem assistência ou alguém que possa estar à disposição deles, mesmo que necessário - e é daí que surge o crescimento no número de cuidadores de idosos. Essa falta de preparo para a velhice é ainda mais grave considerando que quando um idoso cai costumam surgir sequelas graves como as já citadas e que, além disso, as quedas passam a se tornar recorrentes. Aproximadamente 60% dos idosos que já caíram vão sofrer uma nova queda no período de 12 meses, segundo estudos. Portanto, contar com uma infraestrutura apropriada para cuidar e conviver com a crescente população idosa é fundamental para evitar esse tipo de acidente. Prevenção e socorro rápido são as soluções que podem salvar vidas. Considerando todo esse contexto, fica claro que a forma mais eficiente de evitar acidentes na terceira idade é ter atenção com a prevenção dos fatores de risco. Manter consultas e exames médicos em dia, fazer exercícios que aumentem a força e a resistência muscular, adaptar os ambientes para minimizar causadores extrínsecos de quedas são itens essenciais para essa prevenção. No entanto, nem sempre é possível evitar uma queda, e então é fundamental contar com socorro rapidamente. A chamada Golden Hour é o nome do período de 60 minutos após uma queda; se o socorro ocorrer dentro desse tempo, as chances do idoso ficar com sequelas reduz drasticamente. Para isso, é possível não apenas contar com aparelhos celulares, mas com sistemas feitos especialmente para esse tipo de situação - por exemplo, botões SOS para idosos que podem ser usados como pulseira ou pingente. Desatenção, a sensação de ainda ser forte e jovem e a recusa em usar bengalas por exemplo, como apoio, tem aumentado ainda mais os números de acidentes com ferimentos graves e mortes. O caso mais recente de famosos, ocorreu com o Apresentador Gugu Liberato. Por outro lado, problemas cardíacos, doenças crônicas, transtornos neurológicos e outras condições costumam estar no topo da lista de preocupações com relação à saúde, especialmente na terceira idade. No entanto, as quedas tem sido causa de preocupação por parte das autoridades. No Brasil, 30% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano. Esse dado juntamente com o crescimento da população idosa no país, representa um verdadeiro risco à saúde dessa grande parcela da população. Já somos mais de 30 milhões de idosos só no Brasil. Quero aproveitar a oportunidade para desejar a todos um feliz 2020 com muito sucesso, saúde, paz e menos incidentes na vida da gente.