Onde vamos parar com tantos pratos indigestos que o mercado fonográfico prepara para empurrar pela nossa goela abaixo?
As grandes responsáveis pela mídia massificadora, pelo volume de pessoas que a acompanham diariamente, continuam sendo o Rádio e a TV. Nesses veículos são divulgadas aquelas músicas em que as pessoas podem memorizar a letra e o ritmo logo da primeira vez em que as ouvem. Quando o público escuta uma música e sai cantando ou dançando, para as gravadoras e os artistas, o acerto no alvo, foi em cheio. Trata-se de um prato cheio para os produtores. Significa dinheiro em caixa e muitos shows pelo país. Nenhum dos sucessos atuais é capaz de gerar pensamentos intelectivos capazes de gerar algum tipo de benefício. Ao contrário disso, as músicas de sucesso que ficam na cabeça das pessoas, podem sim gerar pensamentos e ações que levam os menos dotados de intelectualidade até a tentar praticar o que as letras sugerem. Infelizmente, as pessoas em todo mundo tem sido vítimas da alienação e da pobreza de algo tão nobre e rico que é a música. O cardápio musical no Brasil e no Mundo tem sido de um gosto tão duvidoso que faz com que pensemos que nada existe de bom mais no mercado fonográfico, que as pessoas não são capazes de produzir e gerar boa música, belas canções e letras nobres, inteligentes e reflexivas. A boa música é aquela que nos emociona, nos inspira, nos traz grandes recordações e nos ensina. A boa música é aquela em que a melodia mexe com a alma, nos alegra e com uma significativa que transporta a nossa imaginação para lugares incríveis. Mesmo sabendo que muitas das potencialidades não descobertas por falta de oportunidades, ainda assim existem muitos talentos, gente que transforma a profissão em um verdadeiro sacerdócio, sofrendo muitas vezes para fazer valer o seu trabalho. Gente que não mede esforços mesmo sabendo da inglória da atividade para muitos dos que tentam um lugar ao sol. Costumo dizer que em cada quarteirão por esse mundo afora, há sempre alguém com um talento e potencial incríveis que se a descoberta, sem o incentivo e sem as devidas oportunidades, acabam por se tornar apenas mais um com potencial não desenvolvido entre milhões. Vamos imaginar um "André Rieu" um Andrea Bocelli, um Tom Jobim, um Neymar, um Ayrton Senna e tantos outros talentos inquestionáveis (cada um em sua área) morando em lugarejos distantes demais do eixo onde tudo acontece. Nota-se que praticamente desaparecidos do mapa, suas chances seriam nulas de serem descobertos para que seus talentos pudessem ser aprimorados e lapidados ou praticamente as chances inexistiriam. A verdade é que a cada dia que passa, somos obrigados a engolir a seco, por causa da massificação da mídia, alguns pratos preparados pelas gravadoras, bastante indesejados. Vale lembrar que não é de hoje, que estamos engolindo atravessado muita coisa de terceira categoria, muito lixo auditivo e visual. Nota-se que a boa música brasileira foi trocada pelos sucessos como "Beijinhos no ombro", Lepo-Lepo e outras produções recheadas de ingredientes indigeríveis ou mesmo difíceis de degustar. Mas, essa história não é recente. Quem não se lembra que outras tantas ruindades que fomos obrigados a engolir. Vai me dizer que se esqueceram do "Tapinha não dói" da "Boquinha na garrafa" ou mesmo da "Atoladinha" três pratos indigestos que eramos obrigados a ouvir de tanto de tocou? A pergunta que fica no ar é a seguinte: onde vamos parar com a mídia super valorizando quem não tem talento , efetivamente? O fato é que há muitos Profissionais produzindo coisas notáveis que infelizmente, quase nunca temos a oportunidade de assistir ou ouvir. Saudade dos grandes festivais de talento que revelaram tanta gente que fez e faz trabalhos notáveis.