sábado, 19 de março de 2016

Ouvir reclamações por telefone ou pessoalmente e bater papo nas redes e ser bombardeado por problemas, podem fazer um grande mal a quem ouve ou lê a saraivada de questões negativas. O pior é que invariavelmente nada pode ser feito, pois na maioria dos casos só um profissional poderá indicar o melhor caminho.

O Facebook foi uma criação extraordinária que aproxima pessoas das mais diversas regiões do mundo. Aproxima pela imagem, pelas idéias, pelo conceito, pelas histórias em comum. O Facebook já promoveu por meio de suas páginas alguns encontros nefastos, tristes ou mesmo horrorendos mas também aproximou pessoas parecidas e que encontraram a felicidade com parceiros que tiveram os primeiros contatos pela Rede Social. Deixando essas questões de lado, o Facebook além de instrumento de aproximação pode também funcionar como um elo que liga pessoas descontroladas, problemáticas e doentes a pessoas saudáveis do lado de lá. Para o problemático, encontrar alguém centrado e com as palavras certas a dizer, é bastante saudável e faz um bem enorme aos desesperados. A análise que gostaria de fazer é: como fica a mente para-raio de um internauta como eu que já foi bombardeado de tantos reclamações, mimimis, histórias tristes, dramáticas, conversas tolas e assim por diante? Há duas maneiras de analisar a questão. Uma delas, é o que muita gente faz. Ouve a reclamação por um ouvido e sai pelo outro. É o tipo que ouve por ouvir, mas que não está preocupado com você e nem dá a mínimo ao reclamante. Por outro lado, existem aqueles (meu caso) que ouve em detalhes e faz análises sobre as questões com o objetivo de ajudar ou minorar a dor e o sofrimento. É a você que não repele e sim absorve os problemas, que eu quero me dirigir. Ouvir alguém reclamar, mesmo que seja você mesmo, nunca fez bem. Algumas pessoas dizem que reclamar pode agir como uma catarse, uma maneira de descarregar emoções e experiências negativas. Mas olhar com mais atenção ao que o ato de reclamar realmente faz para o cérebro nos dá motivos reais para lutar por um estado de espírito mais positivo e eliminar o mimimi de nossas vidas. O cérebro é um órgão complexo que, de alguma forma, funciona em conjunto com a consciência para criar a personalidade de um ser humano, sempre aprendendo, sempre recriando e se regenerando. É ao mesmo tempo o produto da realidade e o criador da realidade, e a ciência está finalmente começando a entender como o cérebro cria a realidade. Autor, cientista da computação e filósofo, Steven Parton, examinou como as emoções negativas na forma de reclamações, tanto expressas por você mesmo ou vindas de outros, afetam o cérebro e o corpo, nos ajudando a entender por que algumas pessoas parecem não conseguir sair de um estado negativo. Sua teoria sugere que a negatividade e a reclamação realmente alteram fisicamente a estrutura e função da mente e do corpo. “Sinapses que disparam juntas, se mantém juntas”, diz Donald Hebb, que é uma maneira concisa de compreender a essência da neuroplasticidade, a ciência de como o cérebro constrói suas conexões com base em tudo a que é repetidamente exposto. Negatividade e reclamações irão reproduzir mais do mesmo, como essa teoria destaca. 
Donald Hebb explica ainda: By Curtis Neveu – Own work, CC BY-SA 3.0


“O princípio é simples: em todo o seu cérebro há uma coleção de sinapses (responsáveis por transmitir as informações de uma célula para outra) separadas por espaços vazios chamados de fenda sináptica. Sempre que você tem um pensamento, uma sinapse dispara uma reação química através da fenda para outra sinapse, construindo assim uma ponte por onde um sinal elétrico pode atravessar, carregando a informação relevante do seu pensamento durante a descarga. … toda vez que essa descarga elétrica é acionada, as sinapses se aproximam mais, a fim de diminuir a distância que a descarga elétrica precisa percorrer… o cérebro irá refazer seus próprios circuitos, alterando-se fisicamente para facilitar que as sinapses adequadas compartilhem a reação química e, tornando mais fácil para o pensamento se propagar.“ Além disso, a compreensão desse processo inclui a ideia de que as ligações elétricas mais utilizadas pelo cérebro se tornarão mais curtas, portanto, escolhidas mais frequentemente pelo cérebro. Isso explica como a personalidade é alterada. No entanto, como seres conscientes, temos o poder de modificar esse processo, simplesmente ao nos tornarmos conscientes de como o jogo universal da dualidade atua no momento em que surgem os pensamentos. Nós temos o poder de escolher criar pensamentos conscientes de amor e harmonia, garantindo, assim, que o cérebro e a personalidade sejam positivamente alterados. A empatia e o efeito em grupo. Vamos além do efeito que a reclamação tem sobre o próprio indivíduo. Essa linha de raciocínio científico se estende até a dinâmica entre duas pessoas, explicando cientificamente como a reclamação joga outras pessoas para baixo. Assim, quando alguém derrama um caminhão de fofocas, de negatividade e drama em cima de você, você pode ter certeza que está sendo afetado bioquimicamente, diminuindo as suas chances ser feliz. A exposição a esse tipo de explosão emocional realmente provoca stress. E já sabemos que o estresse mata. Portanto, reclamação e negatividade podem contribuir seriamente para a sua morte precoce. Parton refere-se a essa perspectiva como “a ciência da felicidade”, e este comportamento de reclamação contínua oferece um estudo propício para a ligação entre o poder do pensamento e a capacidade de controle que uma pessoa pode ter sobre a criação de sua realidade tridimensional. “… Se você está sempre reclamando e menospreza o seu próprio poder sobre a realidade, você não pensa que tem o poder de mudar. E assim, você nunca vai mudar. O meu conselho é para que todos aqueles que são metralhados diariamente por conversas negativas, assuntos ruins, questões dramáticas, problemas seriíssimos que geram pena e assim sucessivamente, ao menos tentem ficar longe de gente que poderá piorar o seu dia e o seu bem estar. Por isso mesmo, existem os profissionais da área. Psicólogos, Terapeutas e psiquiatras. Que essas pessoas procurem profissionais especializados em lidar com essas questão. Por serem profissionais, não se envolvem, apenas orientam pelo melhor caminho a seguir.