terça-feira, 13 de maio de 2014

Avc - Histórias de superação.

Muitos foram vitimados pelo AVC; Muitos acabaram perdendo a vida. Outra ficaram com muitas sequelas e outros tantos com menos sequelas e alguns que se superam diante do problema. Tenho um amigo, advogado que considera o AVC uma doença ou uma fatalidade que serve apenas para humilhar a pessoa. Humilhar porque invariavelmente o sequelado tem todo entendimento das coisas mas a parte motora comprometida faz com que as pessoas imaginem ser o cidadão um imprestável. Conheço muitos que vem superando a doença ferozmente. Tenho um irmão com esse problema que luta com muita garra e coragem contra os dois AVCs sofridos. Ele não se entrega e acha que a qualquer momento, do jeito que tudo aconteceu, irá voltar ao que era. De toda sorte, nunca sabemos o que poderá nos acontecer,  mas o AVC pode ser vigiado mantendo-se uma boa qualidade de vida, boa alimentação, exercícios físicos e pressão sob controle. Uma das histórias mais emblemáticas com relação a doença foi a do diretor da Revista Elle. Exemplo absoluto de superação e que ficou um exemplo para mundo.
O Escafandro e a Borboleta (Le Scaphandre et le Papillon), do americano Julian Schnabel, é uma história  impressionante de superação, baseado num fato real.Schnabel, por sinal, gosta de retratar a vida real.  Um de seus maiores sucessos, o controverso Antes do Anoitecer (Before Night Falls), estrelado por Javier Barden, é sobre o escritor cubano Reinaldo Arenas, homossexual assumido e perseguido na Cuba de Fidel.Anteriormente, Schnabel também já havia despertado polêmica com seu filme sobre o pintor e grafiteiro americano Basquiat.O Escafandro e a Borboleta – destaque da 45ª edição do Festival de Nova York –  se baseia igualmente numa história real, no caso a vida do jornalista francês  Jean-Dominique Bauby, ex-editor do Elle.Em 1995, Bauby sofreu um acidente cerebral e ficou totalmente privado da palavra e dos movimentos.Embora paralisado, Bauby ditou um livro, mas até conseguir esse fato extraordinário, o jornalista deve ter experimentado uma situação como a expressa no título do livro: viver entre uma espécie de escafandro pesado que o puxava para um abismo, diferentemente de sua imaginação, que  era  uma borboleta livre querendo voar.Na verdade, o extremo isolamento em que passou a viver após a doença, lhe deu  uma outra percepção da vida. A família, o amor e tudo o que ele estava perdendo funcionaram também como incentivo para a busca de uma  forma para voltar a se comunicar.A interpretação de Mathieu Amalric como Bauby é impressionante, transmitindo toda a angústia desse homem prisioneiro do próprio corpoA sensibilidade para o que o roteiro do filme pedia deve também ter influído no seu desempenho, porque embora o seu talento para atuar,  Amalric tem revelado que está parando com a carreira de ator para se concentrar na de diretor.“Acho que dirigir filmes é uma atividade muito prazerosa, que envolve pesquisa, decisões, escolhas”, ensina.   Schnabel – que ganhou o prêmio de direção em Cannes –  tem uma explicação interessante para as razões de ter elegido  Amalric para ser o protagonista de seu filme.“Inicialmente eu pensei em outros nomes para viver Bauby, mas após conhecer o trabalho de Amalric, não tive dúvidas, são incríveis as coisas que ele pode fazer com os olhos. Além disso, como a história é narrada pela voz de um francês, achei que a sensibilidade poética da língua era necessária”, complementa. Além de Amalric estão no elenco Emmanuelle Seigner e Marie-Josée Croze.Outro ponto salientado por ele foi quanto às locações. “Eu quis fazer o filme no hospital da cidade de Beerck, onde Bauby ficou internado nos últimos anos de sua vida. Não queria que as coisas parecessem falsas”, ressalva Schnabel, que é também pintor e, ao que parece, seu olhar de artista esteve presente nos momentos de pura plasticidade em várias cenas.O Escafandro e a Borboleta aborda um tema difícil, que facilmente poderia cair numa história lacrimejante ou voltada para captar a comiseração dos espectadores.  Mas tal não acontece.  A história é muito bem desenvolvida e consegue passar, sem apelar para tais artifícios, parte do que deve ter sido  o drama pessoal e a angústia de Bauby.Para nós, profissionais da área de gestão com pessoas, é uma história incrível de como o ser humano pode ultrapassar obstáculos e como a força de vontade e a persuasão  podem levar ao alcance do aparentemente impossível.O episódio nos remete às lições de Peter Drucker, quando dizia: “o inovador minimiza os riscos, ele se orienta para as oportunidades”.